"Viemos aqui tal como nos pediram e, finalmente, o tribunal aceitou o nosso pedido de adiamento da sessão, para o dia 16 de dezembro. Em dezembro vamos voltar a pôr-nos nas mãos da justiça, como sempre, e a trabalhar com plena independência e pleno profissionalismo", declarou o próprio Carles Puigdemont aos jornalistas à saída do tribunal belga.
A defesa do ex-presidente da Generalitat já tinha anunciado que ia pedir o adiamento da sessão desta terça-feira junto do tribunal belga de primeira instância para poder apresentar observações por escrito.
Puigdemont tinha sido convocado para responder hoje à porta fechada neste tribunal sobre o mandado de detenção emitido pelo Tribunal Supremo espanhol por alegados crimes de sedição e má gestão de fundos públicos, após ser conhecida a sentença sobre o referendo ilegal para a independência da Catalunha, a 1 de outubro de 2017.
O advogado de Puigdemont, Simon Bekaert, confirmou que o Ministério Público belga está inclinado a entregar a Espanha o ex-presidente do Governo Autónomo Carles Puigdemont, que se encontra foragido na Bélgica, por delitos de sedição e má gestão de fundos públicos.
"É evidente que vamos contestar através de observações escritas. Vamos invocar imunidade e vamos usar os mesmos argumentos que utilizamos há dois anos porque estão em jogo os mesmo argumentos, assim como outros", disse Bekaert.
Segundo a defesa de Puigdemont, o juiz de Instrução belga vai ouvir os argumentos das partes no próximo dia 16 de dezembro. Nessa altura, o juiz vai determinar uma data para anunciar a decisão que pode ser a entrega do ex-presidente do governo regional da Catalunha ou a rejeição do pedido do Supremo Tribunal e o eventual envio do caso para o Tribunal de Justiça da União Europeia.
Recorde-se que no início do mês, o Supremo Tribunal de Espanha condenou a penas entre os nove e os 13 anos de cadeia políticos e responsáveis por associações cívicas catalãs por crimes de sedição e má gestão de fundos públicos. E uma nova ordem de detenção e extradição de Puigdemont foi emitida pelas autoridades espanholas.
Poucos dias depois, o ex-presidente da Generalitat entregou-se à polícia belga mas foi libertado com termo de identidade e residência, estando obrigado a pedir uma autorização no caso de querer deixar a Bélgica.
[Notícia atualizada às 11h56]