O governo de Jair Bolsonaro garantiu esta semana que é seguro a população continuar a consumir peixe e marisco das águas afetadas pelas manchas de petróleo, no Nordeste do Brasil.
Sentado ao lado do presidente brasileiro, o secretário da Agricultura e Pescas, Jorge Seif Júnior disse: "O peixe é um bicho inteligente. Quando vê uma mancha de óleo, foge, tem medo".
"Podem consumir pescado, está 100% avaliado pelo ministério da Agricultura (...)", acrescentou, tentando tranquilizar a população.
Logo de seguida Bolsonaro ressalvou que o petróleo pode afectar alguns animais. "Obviamente que, de vez em quando, pode ficar uma tartaruga presa na mancha de óleo. Pode ficar também um peixe ou um golfinho, mas tudo bem”, terminou.
Biólogos ouvidos pelo portal UOL, no entanto, pedem cautela no consumo. "O secretário está equivocado. O petróleo vai contaminar todo o ambiente atingido. Vai mudar as características da área. E os bichos que estão a viver naquele ambiente vão estar sujeitos ao contato direto com o petróleo, de uma forma ou de outra", disse Pedro De Podestà Uchôa, do departamento de biologia da Universidade de Brasília.
Na sexta-feira, a Polícia Federal do Brasil cumpriu dois mandados de busca em escritórios no Rio de Janeiro ligados a um navio grego suspeito de causar o derrame de petróleo que atinge a costa nordeste do país. No entanto, a empresa responsável já negou estar envolvida.
A ação faz parte da operação Mácula, organizada para apurar a origem e autoria do derrame de petróleo que já atingiu 286 praias em 98 cidades dos nove estados da região nordeste do país, segundo dados atualizados na última quinta-feira pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
