Guterres pede mais cooperação internacional contra o tráfico humano

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu hoje mais cooperação internacional para evitar tragédias como a dos 39 emigrantes, possivelmente vietnamitas, encontrados mortos na semana passada num camião em Inglaterra.

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Lusa
03/11/2019 12:43 ‧ 03/11/2019 por Lusa

Mundo

ONU

Guterres afirmou durante uma conferência de imprensa em Banguecoque, durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que se celebra até segunda-feira, com os líderes do bloco, assim como a China, Japão e Índia, entre outros.

O secretário-geral, que participou em Banguecoque na reunião bilateral ASEAN-ONU, destacou a necessidade de organizar a migração para que seja legal e deixar assim sem "negócio" as redes de tráfico de pessoas.

"Gostaria de ver a mesma cooperação internacional para o tráfico de pessoas como a que vejo contra o tráfico de drogas, porque o tráfico de pessoas humanas é um crime mais abjeto que o de drogas", disse.

Guterres também apontou que o Governo birmano é responsável por alcançar a "reconciliação" no estado Rakáin, no oeste da Birmânia (Myanmar) e a repatriação de forma segura e com dignidade dos refugiados rohinyás do Bangladesh.

Os rohinyás, uma etnia não reconhecida por Naipyidó, iniciou em agosto de 2017 um êxodo massivo para o vizinho Bangladesh após uma campanha militar qualificada por investigadores da ONU de "limpeza étnica" com indícios de "genocídio".

Além disso, o secretário-geral das Nações Unidas defendeu o multilateralismo nas relações internacionais e instou os governos a lutar contra a crise climática, que classificou como um problema "chave" para a segurança.

A esse propósito, referiu-se ao recente relatório que indica a perda de grandes zonas costeiras em 2050 devido ao aumento do nível médio do mal que afetará 300 milhões de pessoas, dos quais 70 por cento na Ásia.

"É absolutamente essencial evitar que isto ocorra", afirmou Guterres, que instou os países a usar energias renováveis, que qualificou de mais baratas e eficientes, e a deixar de construir centrais de carvão a partir do próximo ano.

 

 

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