Os bloqueios mantêm-se em cidades como La Paz, Santa Cruz e Cochabamba, 14 dias depois das eleições gerais na Bolívia, para exigir o respeito pelo voto, pela democracia e a renúncia do presidente Evo Morales.
Na cidade de Cochabamba, no centro da Bolívia, um forte contingente policial começou a desbloquear as avenidas e ruas que estavam bloqueadas com pneus, pedras e pilhas de madeira.
Apesar de os polícias terem levantado os bloqueios, os manifestantes começaram a fazer cordões humanos para restringir a circulação automóvel e continuar os protestos.
Na zona sul da capital administrativa La Paz e em parte do centro da cidade mantêm-se os pontos de bloqueio com manifestantes a queimar a bandeira boliviana e com cartazes a exigir a anulação das eleições gerais, apesar de os protestos terem perdido intensidade em relação à semana anterior.
Neste fim-de-semana houve também protestos à porta do hotel onde está alojada a delegação da Organização de Estados Americanos (OEA), que está a fazer uma auditoria às eleições, com os manifestantes a gritar fraude e a exigir a anulação dos resultados eleitorais.
Na cidade oriental de Santa Cruz, um reduto da oposição, persistem os pontos de bloqueio após o ultimato que um líder cívico fez na noite de sábado para Morales renunciar.
No sábado, numa concentração de grandes dimensões, o líder do Comité Cívico de Santa Cruz, Luís Fernando Camacho, deu 48 horas para Evo Morales demitir-se e enviou uma carta às Forças Armadas para juntarem-se à luta popular.
Além disso, Luís Camacho anunciou que na segunda-feira haverá uma nova manifestação naquela cidade para definir novas formas de protesto, caso Morales não se demita.
Na segunda-feira espera-se que os protestos sejam retomados com maior intensidade em todo o país, já que a menor intensidade no dia de sábado poderá ser explicada com o facto de se comemorar a festa dos mortos, uma grande tradição no país.