"O Irão não faz outra coisa a não ser brincar com o acordo. Queremos que volte ao acordo", disse Maas em declarações à imprensa local após um encontro com o seu homólogo húngaro, Péter Szijjártó.
O alerta do chefe da diplomacia alemã surge depois do responsável da Agência de Energia Atómica do Irão, Ali Akbar Salehi, ter anunciado que o país começou a operar 60 centrifugadoras avançadas IR-6 para produzir urânio.
Devido à retirada unilateral em 2018 dos Estados Unidos do acordo de 2015, e à reposição de sanções, o Irão começou, em maio passado, a violar alguns dos compromissos nucleares assumidos para pressionar os países europeus a garantir as suas vantagens económicas com o acordo.
Ali Akbar Salehi disse ainda que o Irão produz a partir de agora cinco quilogramas de urânio enriquecido por dia, mais de dez vezes superior do que há dois meses.
Segundo o dirigente do programa nuclear iraniano, o país opera atualmente o dobro das centrifugadoras avançadas relativamente ao que Teerão assumia ter.
Uma centrifugadora IR-6 consegue produzir urânio 10 vezes mais depressa do que a primeira geração desta tecnologia (as IR-1), as únicas permitidas pelo pacto nuclear de 2015.
O acordo de 2015, assinado pelo Irão com os Estados Unidos, a China, a Rússia, a França, o Reino Unido e a Alemanha, prevê limitações técnicas significativas no programa nuclear do Irão -- como a quantidade de centrifugadoras para produção de urânio a utilizar por Teerão - para impedir que o país detenha bombas atómicas, em troca do levantamento de sanções internacionais.