França considera "inaceitável" ameaça de sanções comerciais dos EUA

O ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, considerou "inaceitável" a ameaça norte-americana de eventuais sanções contra a taxa francesa sobre produtos digitais e alerta para possíveis reações da União Europeia.

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Lusa
03/12/2019 09:23 ‧ 03/12/2019 por Lusa

Economia

França

"A ideia sobre medidas que podem vir a ser aplicadas daqui a 30 dias - novas sanções contra a França -- é inaceitável", disse Le Maire à estação Radio Classique.

"Este não é o comportamento que esperamos dos Estados Unidos, sendo um dos principais aliados da França, e da Europa", acrescentou o ministro das Finanças do governo de Paris.

Washington ameaçou aplicar taxas alfandegárias adicionais que podem atingir os 100%, afetando os produtos franceses num valor que pode atingir os 2,4 mil milhões de dólares.

As sanções podem ser aplicadas sobre produtos típicos franceses como vinhos, queijos ou outros produtos manufaturados como carteiras de senhora.

O ministro acrescentou que as autoridades francesas contactaram na segunda-feira a nova Comissão Europeia no sentido de preparar uma reação de Bruxelas face às ameaças da administração norte-americana.

"Temos de garantir que se foram aplicadas as novas sanções americanas pode haver uma resposta europeia. Uma reação forte", afirmou Bruno Le Maire.

Anteriormente o ministro das Finanças disse que é preciso evitar a lógica de sanções e de reações entre os Estados Unidos e a Europa sublinhando que "não interessam a ninguém" e não protegem os interesses do comércio, da confiança e da estabilidade política.

O ministro voltou a referir-se ao possível acordo mundial para a fiscalização dos produtos digitais que está a ser negociado sob a égide da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mas referiu que suspeitou da falta de interesse dos Estados Unidos nas negociações em curso.

"Os norte-americanos aceitam ou não aceitam a proposta de taxas internacionais sobre atividades digitais que estão a ser discutidas no quadro da OCDE", interrogou Le Maire.

"Se eles disserem que sim não há dificuldades e todos os problemas ficam resolvidos", disse, acrescentando que se disserem que não "significa que os Estados Unidos não respeitam o compromisso estabelecido no final de agosto entre o presidente norte-americano e a França sobre a procura de uma solução internacional".

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