Os sindicatos de professores, que também estão mobilizados por medo de perder grande parte da sua reforma, serão recebidos hoje pelo ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer.
Por outro lado, a greve nos transportes não conhece trégua. A CGT-Cheminots, um dos principais sindicatos das ferrovias, anunciou que a greve continuará "a menos que o Governo volte à razão", retirando o seu projeto.
Nas estradas e no transporte público, o tráfego permaneceu muito congestionado, principalmente na região de Paris, onde nove linhas de metro permanecem fechadas e pouco mais de 50% dos autocarros estão parados.
Dependendo das linhas, um entre dois ou três dos comboios regionais (servindo os subúrbios) está a operar, um quarto dos comboios de alta velocidade (TGV) e a mesma proporção de comboios suburbanos parisienses.
Longe de apaziguar a contestação, os detalhes do projeto divulgados na quarta-feira pelo primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, despertaram oposição de todos os sindicatos, incluindo aqueles que anteriormente apoiavam as mudanças nas reformas e pensões.
Diante deste cenário e, para impedir que o movimento se ampliasse ainda mais, Philippe convidou as organizações sindicais e de empregadores para um "ciclo de reuniões".
O primeiro-ministro espera que estas conversações comecem "o mais rápido possível na próxima semana", anunciou o seu gabinete na noite de quinta-feira à agência de notícias AFP.
O primeiro-ministro, no entanto, reiterou a determinação do Governo em introduzir um "sistema universal de reformas" por pontos para substituir os atuais 42 regimes, mas com algumas concessões aos sindicatos.
O calendário foi estendido: o novo sistema vai aplicar-se apenas aos franceses nascidos em 1975 e posteriormente, garantiu Edouard Philippe.
O desaparecimento dos regimes especiais foi confirmado, mas para os motoristas da companhia ferroviária SNCF e da autoridade de transportes de Paris RATP, a reforma será aplicada a partir da geração de 1985.
Também foram anunciadas medidas para os mais precários, em particular a introdução de uma pensão mínima garantida de 1.000 euros.
Entretanto, o chefe do governo alertou que "a única solução é trabalhar um pouco mais (...), como é o caso em toda a Europa".
Se a idade legal para a reforma permanecer fixada em 62, o projeto prevê uma "idade de equilíbrio" gradualmente aumentada para 64 e "um sistema por bónus" para incentivar as pessoas a trabalhar por mais tempo.
Estas medidas são consideradas inaceitáveis para sindicatos, que prometeram ampliar o movimento de greve.