Futuro presidente do Príncipe diz-se preparado para assumir cargo

O presidente da União para Mudança e Progresso do Príncipe (UMPP) disse hoje que se sente "preparado para assumir a chefia do governo regional", substituindo no cargo o atual presidente, José Cassandra que vai concorrer as presidenciais de 2021.

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Lusa
25/12/2019 18:22 ‧ 25/12/2019 por Lusa

Mundo

São Tomé e Príncipe

 

"Sinto-me preparado e em condições para assumir a chefia do governo regional do Príncipe e isso pauta a minha forma de ser e de estar que é servir, sobretudo a região autónoma que me deu praticamente tudo, quero devolver a esta ilha o que ela fez por mim", disse Filipe Nascimento, em entrevista à Lusa.

José Cardoso Cassandra que ainda é presidente do governo regional já deu indicações de que vai candidatar-se as próximas eleições presidenciais de setembro de 2021, o que implicará o abandono do cargo, antes do fim do seu mandato de três anos.

"Os princípios que pautam a minha pessoa é trabalho árduo, retidão, responsabilidade, confiança, querer ajudar, querer fazer e querer servir. Por isso estou disponível, estou preparado para essas novas funções", disse Filipe Nascimento.

A União para Mudança e Progresso que sustenta o governo regional reuniu-se em congresso em meados de novembro último.

O movimento elegeu Filipe Nascimento para presidente, alterou os estatutos do movimento, atribuindo ao novo líder a prerrogativa de assumir a chefia do executivo "até seis meses".

Isso significa que em abril de 2020, Filipe Nascimento, 30 anos de idade, licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, advogado pela Ordem dos Advogados Portugueses e Jurista e Técnico Superior da Câmara Municipal de Oeiras, assumirá as funções de presidente do Governo da Região Autónoma do Príncipe.

O dirigente promete que o seu mandato vai ser de "continuidade" do que foi a agenda da UMPP sob a liderança do ex-líder, Tozé Cassandra, manifestando, no entanto, o desejo de introduzir "algumas mudanças", no âmbito da política educacional, turismo e ambiente e energia, mas aliada a um projeto que o seu movimento "assumiu como matriz de desenvolvimento" da ilha do Príncipe.

"Sentimos que é preciso olhar para esse setor (energia elétrica) com alguma celeridade que a situação exige e trabalharmos arduamente para darmos resposta a uma cobertura sustentável a esse serviço que afeta muito a vida social e comercial na região", explicou o líder da UMPP.

As ligações marítimas e aéreas entre as duas ilhas preocupam igualmente Filipe Nascimento que defende a necessidade de adotar essas ligações de "maior segurança e preços mais acessíveis".

"Atualmente a região autónoma do Príncipe também vive tempos difíceis que desde logo se prende com a conjuntura económica do país" e "afeta drasticamente" a região, acabando por ser "ainda mais penosa devido a dupla insularidade".

"Os preços que se praticam na ilha do Príncipe são consideravelmente superiores ao de São Tomé: isto põe em causa a coesão nacional e o custo de vida que cresce cada vez mais e as dificuldades de se viver numa ilha duplamente insular" afirmou.

Quando assumir funções de presidente do governo regional, internamente Filipe Nascimento pretende também "adotar mecanismos para o desenvolvimento da agricultura" como forma de "relançar a economia regional".

O governante diz ter feito um diagnostico do estado da região autónoma, conhece os principais desafios e problemas que a região enfrenta e encara o investimento direto estrangeiro como propostas de solução.

"Sentimos que parte desses problemas podem ser resolvidos internamente desde o investimento no capital humano, potenciar a natureza, mas, por outro lado, necessitamos de articular esses potenciais com o fortalecimento das nossas relações externa", sublinhou.

"A cooperação descentralizada, um trabalho que passa por conseguir atrair mais investimento, mais capital direto estrangeiro parecem-nos vias indispensáveis para respondermos aos desafios que temos internamente", disse Filipe Nascimento acredita que a experiência adquirida durante vários anos de trabalho no estrangeiro pode "ser uma mais valia".

Os três mandatos consecutivos de José Cardoso Cassandra foram marcados por alguns momentos de forte tensão com o governo central. Na perspetiva de Filipe Nascimento o relacionamento entre o Governo Regional e o Governo Central deve ser marcado por "dialogo, respeito e cooperação institucional".

"Os desafios que temos pela frente implica que os dois governos tenham necessariamente de trabalhar para o desenvolvimento das duas ilhas", refere o governante, prometendo "trabalhar" com o executivo de Jorge Bom Jesus.

"Trabalharemos no sentido de fortalecermos as bases do diálogo para tornarmos mais fáceis o trabalho que vamos ter que é de encontrar as soluções para os desafios que vivemos", disse, considerando também as tensões no relacionamento como "algo saudável".

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