Kiev admite que queda de avião no Irão pode ter sido provocada por míssil

As autoridades ucranianas avançaram hoje que estão a investigar pelo menos sete possíveis causas do desastre do Boeing 737 da companhia Ukraine International Airline no Irão que na quarta-feira fez 176 mortos, incluindo um eventual ataque com mísseis.

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Lusa
09/01/2020 14:41 ‧ 09/01/2020 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Estamos a avaliar de forma minuciosa todas as teses, que são sete", indicou, em declarações à agência France-Presse (AFP), o secretário do Conselho ucraniano de Segurança e de Defesa Nacional, Sergei Danylov.

Por enquanto, "nenhuma é prioritária", precisou o representante.

Entre as possíveis teses que estão a ser exploradas pelas autoridades da Ucrânia está um possível disparo de um míssil antiaéreo contra o Boeing 737, a explosão de uma bomba a bordo do aparelho, a colisão do avião de passageiros com um 'drone' (aparelho aéreo não-tripulado) ou a deflagração de um incêndio no motor "por razões técnicas".

O aparelho Boeing 737 da companhia aérea privada ucraniana Ukraine International Airlines (UIA, na sigla em inglês) descolou quarta-feira de manhã da capital iraniana, Teerão, em direção à capital da Ucrânia, Kiev.

O avião despenhou-se dois minutos depois da descolagem, matando as 176 pessoas (passageiros e tripulantes) que estavam a bordo, a maioria de nacionalidade iraniana e canadiana.

Onze ucranianos, incluindo nove membros da tripulação do avião, também estão entre as vítimas mortais do acidente.

Também estavam dentro do avião da UIA pessoas oriundas da Suécia, Afeganistão, Alemanha e do Reino Unido.

A Ucrânia enviou para Teerão uma equipa de 45 investigadores para estudar as causas do desastre aéreo.

Com a chegada prevista para hoje, a equipa de peritos ucranianos espera poder participar no inquérito em curso, em particular "na descodificação das caixas negras" do avião, referiu o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, num momento em que as autoridades iranianas estão a recusar o acesso às caixas negras do avião do fabricante norte-americano Boeing.

Segundo Sergei Danylov, alguns dos peritos ucranianos que estarão no Irão participaram na investigação do caso do voo MH17, da companhia aérea Malaysia Airlines, abatido em 17 de julho de 2014 por um míssil quando sobrevoava um território controlado por separatistas pró-russos no leste ucraniano.

As 298 pessoas a bordo do avião, que fazia a ligação Amsterdão--Kuala Lumpur, - maioritariamente holandeses (196) - morreram.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, decretou hoje luto nacional pelas vítimas do acidente do avião ucraniano no território iraniano.

O Boeing 737 despenhou-se algumas horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional anti-jihadista liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de retaliação pela morte do general iraniano Qassem Soleimani num ataque em Bagdad ordenado por Washington na sexta-feira passada

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