De acordo com os serviços de comunicação da presidência da Guiné Equatorial, Abiy Ahmed Ali, prémio Nobel da Paz em 2019, foi distinguido com o Grande Colar da Ordem da Independência da Guiné Equatorial.
A condecoração foi imposta ao primeiro-ministro da Etiópia durante um encontro com o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, no último dia de uma visita oficial de 48 horas de Abiy Ahmed Ali ao país.
"Este ato simboliza o reconhecimento das capacidades de Abiy Ahmed Ali e das suas grandes realizações a favor do continente africano", considerou Obiang Nguema.
De acordo com a Guiné Equatorial, a reunião representou uma "grande oportunidade" para abordar as estratégias e os projetos comuns com vista a "fortalecer e transformar as relações históricas e tradicionais e a cooperação" que unem os dois países.
O Governo equato-guineense quer ter na Etiópia, país que acolhe a sede da União Africana, "um parceiro estratégico e preferencial".
"A Etiópia conta com uma vasta experiência no setor industrial, defesa, segurança, agricultura e aviação civil, setores que são prioritários para o programa de desenvolvimento Horizonte 2035 da Guiné Equatorial", disse Obiang.
O chefe de Estado equato-guineense manifestou a expectativa de "uma boa colaboração" nestes domínios entre os dois países, sugerindo a abertura de uma embaixada da Etiópia em Malabo.
Para tal, comprometeu-se a conceder um terreno e as facilidades necessárias à construção da missão diplomática.
O primeiro-ministro etíope foi distinguido, em 2019, com o prémio Nobel da Paz pelas importantes reformas que tem vindo a introduzir no país, nomeadamente libertando presos políticos e levando à justiça os responsáveis por abusos passados.
Abiy Ahmed Ali foi ainda reconhecido o seu papel na promoção da reconciliação, solidariedade, justiça social e cooperação internacional, e em particular o seu contributo para resolver o conflito com a vizinha Eritreia.
O Presidente Teodoro Obiang, 77 anos, governa há mais de 40 anos a Guiné Equatorial, sendo o chefe de Estado com mais tempo no poder em África.
Desde a sua independência de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial é considerada pelas organizações de direitos humanos um dos países mais corruptos e repressivos do mundo.