A aeronave aterrou no aeroporto de Frankfurt e os passageiros, 102 alemães e 26 de outras nacionalidades, serão agora examinados para determinar se têm sintomas e depois transportados para um quartel militar perto de Germersheim, onde ficarão confinados por duas semanas.
A ministra da Saúde do estado federado da Renânia-Palatinado, Sabine Bätzing-Lichtenthäler, disse em conferência de imprensa a partir da sede das forças armadas em Germersheim (oeste) que apenas as pessoas que não mostram sinais de contágio viajam no avião.
O secretário de Estado parlamentar do Ministério da Saúde alemão, Thomas Gebhart, que indicou existirem cerca de vinte menores entre os passageiros, disse que a medida de reter os repatriados no quartel de Germersheim visa "proteger os afetados, o seu ambiente e população".
Enquanto isso, o chefe do distrito de Germersheim, Fritz Brechtel, disse que se uma das pessoas do grupo mostrar sintomas durante o isolamento será imediatamente transferida para um hospital e "para o resto, a quarentena começará do zero", podendo o prazo estender-se além dos 14 dias previstos.
Para "minimizar o risco", está planeado o isolamento por grupos, para que, se uma pessoa tiver sintomas, aqueles que não estiveram em contacto com ela possam retomar a suas vidas após os 14 dias.
A Alemanha confirmou na sexta-feira à noite o sétimo caso de infeção por coronavírus, o de um trabalhador de uma fábrica de componentes para automóveis Webasto ao qual estão ligados os casos anteriormente detetados.
Na origem da infeção está um colega chinês, que viajou para a Baviera, no sul da Alemanha, para dar um curso na empresa alemã.
A China elevou hoje para 259 mortos e quase 12 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
Além do território continental da China e das regiões semiautónomas chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 20 outros países - Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.
Vários países já começaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes, que foi colocada sob quarentena, na semana passada, com saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante período indefinido.
A quarentena foi, entretanto, alargada a mais quinze cidades, próximas de Wuhan, afetando, no conjunto, mais de 50 milhões de pessoas.
Nos últimos dias, diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China. Rússia, Coreia do Norte e Vietname encerraram as fronteiras com o país, enquanto alguns países pararam de emitir vistos para cidadãos chineses.