"Os migrantes são pessoas em situação de vulnerabilidade que precisam da nossa ajuda. Em resposta aos dramáticos desenvolvimentos na fronteira mais recentes entre a Grécia e a Turquia, a Cáritas apela a uma Europa unida na dignidade e humanidade para aliviar o sofrimento dos mais vulneráveis", dá conta um comunicado da Cáritas Portuguesa, que faz este apelo em conjunto com a Cáritas Europa.
Para os responsáveis da Cáritas, "os acontecimentos terríveis e desesperados dos últimos dias na fronteira entre a Turquia e a União Europeia (UE) exigem uma reação rápida e humana por parte do Conselho 'Justiça e Assuntos Internos' e dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, nas próximas reuniões extraordinárias".
Neste contexto, "a Cáritas Europa insta a UE e os seus Estados-Membros a encontrarem urgentemente uma solução humana e digna para a situação humanitária dramática na fronteira externa da Grécia, tanto nas ilhas como no continente, depois da Turquia ter aberto as suas fronteiras".
"As pessoas que tentam chegar à Europa em busca de proteção devem ser tratadas com dignidade e respeito, e nunca ser recebidas com gás lacrimogéneo, armas ou ódio. A Europa deve defender os valores da humanidade e da solidariedade, que estão no centro da fundação da UE", considera Maria Nyman, secretária-geral da Caritas Europa, citada no documento.
"A Europa deve demonstrar solidariedade para com a Grécia e os requerentes de asilo deixados no limbo, especialmente nas ilhas gregas. Os Estados-Membros da UE devem realocar com urgência os requerentes de asilo, começando pelos mais vulneráveis, como os menores não acompanhados", acrescenta o comunicado.
Já na quarta-feira, a diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), Eugénia Quaresma, defendera que "a solidariedade europeia não pode empurrar a gestão de fronteiras só para um país, é preciso solidariedade partilhada" e que "usar os refugiados como peões não é solução".
Esta crise de refugiados surgiu depois de a Turquia ter anunciado, no final da semana passada, a abertura de fronteiras para deixar passar migrantes e refugiados para a UE, ameaçando assim falhar aos compromissos assumidos com o bloco comunitário.
O objetivo do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, é garantir mais apoio ocidental na questão síria.