"Dadas as previsões atuais da disseminação do Covid-19, o congresso da CDU planeado para 25 de abril não poderá ocorrer. Portanto, recomendarei ao conselho federal que o congresso seja adiado e realizado assim que a situação epidémica permitir", disse, num comunicado, a atual presidente do partido, Annegret Kramp-Karrenbauer.
A presidente da CDU -- que também é o partido da chanceler alemã, Angela Merkel - acrescentou que esta decisão foi acordada com todos os candidatos, os vice-presidentes do partido e o secretário-geral, Paul Ziemiak.
Annegret Kramp-Karrenbauer, que no início de fevereiro anunciou a sua intenção de deixar o cargo à frente da CDU, também disse que todos os atos públicos do partido e eventos que não sejam urgentes serão adiados ou serão realizados digitalmente, recomendando que todos os grupos regionais e distritais fizessem o mesmo.
"Está claro para a CDU que a segurança e a saúde das pessoas no nosso país têm prioridade máxima. É por isso que cada um de nós deve contribuir para diminuir a propagação do novo coronavírus", enfatizou.
O próximo presidente do partido deverá ser eleito numa reunião extraordinária entre três candidatos: Norbert Röttgen, presidente da comissão de negócios estrangeiros do Bundestag; Armin Laschet, diretor para a Renânia do Norte-Vestfália; e Friedrich Merz, ex-responsável do grupo parlamentar conservador no parlamento federal.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quarta-feira, a doença Covid-19 como pandemia, justificando tal denominação com os "níveis alarmantes de propagação e de inação".
O surto de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.
A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.