Comissão Europeia espera vacina no mercado até ao outono

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.

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Lusa
17/03/2020 15:40 ‧ 17/03/2020 por Lusa

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Covid-19

A Comissão Europeia disse hoje esperar que a potencial vacina para o novo coronavírus que está a ser criada por um laboratório alemão esteja no mercado até ao outono, podendo "salvar vidas dentro e fora da Europa".

"Estamos [Comissão Europeia] a acelerar a investigação. Ontem [segunda-feira] falei com os gestores de uma empresa inovadora que está a trabalhar numa tecnologia promissora para desenvolver uma vacina contra o coronavírus", indica a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, através de um vídeo publicado na rede social Twitter.

Recordando que a União Europeia (UE) já disponibilizou até 80 milhões de euros à CureVac, uma empresa de Tübingen, na Alemanha, a responsável afirma esperar que, "com este apoio, seja possível haver uma vacina no mercado talvez até ao outono".

"Isto pode salvar vidas na Europa e no resto do mundo", vinca Ursula von der Leyen no vídeo.

Ainda assim, a líder do executivo comunitário admite que "muito falta fazer para combater este vírus" na UE.

E, por isso, realça que "todos podem contribuir", aconselhando desde logo os cidadãos a ficarem casa "e a reduzirem o contacto social".

Na segunda-feira, a Comissão Europeia anunciou um apoio de até 80 milhões de euros ao laboratório alemão que está a trabalhar numa potencial vacina para o novo coronavírus, após uma alegada oferta da administração norte-americana, desmentida pela biofarmacêutica.

A instituição liderada por Ursula von der Leyen explicou que esta verba seria atribuída sob a forma de uma garantia da UE a um empréstimo do Banco Europeu de Investimento (BEI) neste valor, no âmbito do mecanismo de financiamento de doenças infecciosas InnovFin e do programa comunitário para a investigação Horizonte 2020.

A informação foi divulgada depois de, também na segunda-feira, a CureVac ter negado haver recebido uma oferta do Governo dos EUA para reservar a sua descoberta para os norte-americanos.

No domingo, o jornal alemão Welt am Sonntag citava fontes não identificadas do Governo alemão que asseguravam que o dono da CureVac, uma empresa farmacêutica, tinha participado numa reunião com o Presidente Donald Trump, no início do mês, tendo recebido uma generosa oferta para garantir o seu trabalho em exclusivo para os Estados Unidos.

O jornal dizia ainda que a chanceler alemã, Angela Merkel, estaria a disputar com a empresa a necessidade de a vacina, quando estiver pronta, ser igualmente utilizada na Europa, que é neste momento o principal foco da pandemia.

"Para que fique claro sobre o coronavírus: a CureVac não recebeu uma oferta do Governo dos Estados Unidos ou de entidades com ele relacionadas, antes, durante ou desde a reunião com a 'task-force' da Casa Branca, no dia 02 de março", escreveu hoje o diretor do laboratório alemão, na conta da empresa na rede social Twitter.

O diretor de operações da CureVac, Hans Werner Haas, disse ao jornal Tagesspiegel que a sua empresa tinha realmente participado numa reunião com o Presidente Donald Trump, mas desmentiu a versão de uma qualquer oferta para a compra dos direitos do novo produto.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

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