União Europeia retira 290 cidadãos de Marrocos e faz mais repatriamentos

A União Europeia (UE) retirou hoje 290 cidadãos europeus que estavam retidos em Marrocos, a maioria austríacos, e anunciou que vai realizar mais ações de repatriamento, pedindo também aos países que facilitem os regressos aos países de origem.

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Lusa
17/03/2020 15:53 ‧ 17/03/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

"Estou muito satisfeita por, esta manhã, termos sido capazes de repatriar 290 cidadãos que estavam retidos em Marrocos. O avião que os trouxe a casa aterrou de forma segura em Viena e a bordo seguiam austríacos e outros cidadãos europeus", informou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, através de um vídeo publicado na rede social Twitter.

A responsável acrescentou que, "esta manhã, a Áustria fez um segundo pedido para repatriamento de cidadãos europeus em Marrocos", ao qual Bruxelas também vai responder.

Porém, "os cidadãos europeus não estão só a passar dificuldades fora, como também dentro da Europa, e isto tem de parar", pediu Ursula von der Leyen, aludindo às dificuldades de circulação verificadas devido ao encerramento de fronteiras nalguns países da UE.

"Apresentámos soluções para permitir que as pessoas cheguem a casa e para possibilitar a circulação necessária de bens na Europa", apontou.

Segundo a responsável, assegurado deve ser o transporte de mercadorias, em particular de equipamento médico.

Na segunda-feira, Ursula von der Leyen propôs aos líderes europeus que fossem limitadas, por 30 dias, as viagens não essenciais para a UE, para tentar conter a propagação do novo coronavírus e evitar pressionar mais os sistemas de saúde no espaço comunitário.

"Informámos os nossos parceiros do G7 que propusemos introduzir uma restrição temporária a viagens não essenciais para a UE", declarou a responsável em conferência de imprensa, em Bruxelas.

De acordo com a responsável, "claro que haverá exceções, por exemplo para os cidadãos da UE que queiram regressar a casa, para os trabalhadores dos sistemas de saúde -- como médicos, enfermeiros e também cientistas que estão a trabalhar numa solução para esta crise --, e ainda para residentes e trabalhadores fronteiriços".

Cabe aos chefes de Governo e de Estado da UE, hoje reunidos em videoconferência, decidir as condições destas restrições e quando entram em vigor, isto apesar de o Presidente francês ter vindo anunciar que tais limites às viagens não essenciais começariam hoje ao meio dia, o que não aconteceu.

Relativamente a Marrocos, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, já tinha garantido na segunda-feira que, até à próxima quinta-feira, serão realizados mais voos de regresso de cidadãos europeus que se encontram em Marrocos, após as autoridades marroquinas terem colocado restrições devido ao Covid-19.

Esta situação já afetou dezenas de portugueses, que no domingo pediram ajuda do Governo português para sair daquele país devido ao cancelamento de voos internacionais por parte das autoridades marroquinas.

Hoje, Ursula von der Leyen garantiu ainda, através do vídeo no Twitter, que "a Comissão Europeia está a trabalhar contrarrelógio para ajudar a dar resposta à crise relativa ao novo coronavírus".

"Estamos a investir na investigação, a financiar o desenvolvimento de vacinas e apoiamos as pessoas e as empresas", adiantou, garantindo "trabalho com a indústria para produzir mais equipamentos de proteção", que serão adquiridos de forma conjunta pelos países da UE.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

 

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