Pandemia deixa mais de 776 milhões de alunos fora das escolas

Mais de 776,7 milhões de crianças e jovens em todo o mundo estão fora das salas de aulas por causa das medidas de contenção aplicadas para tentar conter a propagação do novo coronavírus, indicou hoje a UNESCO.

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Lusa
17/03/2020 16:24 ‧ 17/03/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

O número foi avançado pelo representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Vincent Defourny, em declarações ao serviço de notícias ONU News.

Este número representa um aumento bastante expressivo em comparação com os dados avançados na passada terça-feira também pela UNESCO, que indicava na altura que perto de 363 milhões de alunos no mundo estavam sem aulas por causa do surto de Covid-19, o nome atribuído pela Organização Mundial Saúde (OMS) à doença provocada pelo novo coronavírus.

À ONU News, Vincent Defourny indicou hoje que pelo menos 85 países no mundo, onde está incluído Portugal, fecharam as escolas a nível nacional para travar a disseminação do novo coronavírus.

Segundo Defourny, a UNESCO está a trabalhar, juntamente com as autoridades dos países, para procurar soluções que permitam uma aprendizagem à distância e inclusiva.

"A primeira coisa é fazer um uso mais extensivo possível de todos os recursos a distância, que podem ser a Internet, rádio, televisão e todas as formas que permitam aprender e manter contacto com a aprendizagem à distância", referiu o representante, acrescentando que é preciso conciliar estas decisões a cada realidade.

E prosseguiu: "É muito importante também manter um vínculo com os alunos, criar comunidade e criar um sentido de pertença que seja importante tanto para os alunos como para os professores e para a comunidade. Por isso, é muito importante que a estratégia de cada professor seja adaptada à circunstância do país e à circunstância da sua turma".

Na passada terça-feira, uma reunião, realizada através de videoconferência, contou com a participação de representantes de mais de 70 países, que discutiram formas de intensificar a resposta de emergência à epidemia de Covid-19 e de minimizar os efeitos da interrupção letiva.

A UNESCO tem destacado que o encerramento dos estabelecimentos de ensino, mesmo que seja temporário, representa um custo social e económico alto, lembrando, por exemplo, questões relacionadas com a alimentação das crianças, uma vez que muitos menores ficam sem alimentos a que têm acesso na escola.

O novo coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou, até à data, mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a OMS a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais 67 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.

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