"O facto de outros países terem tentado comprar essa empresa mostra que ela está na linha da frente da investigação, é altamente reconhecida, e está a trabalhar numa patente que já foi aprovada após os procedimentos necessários", declarou a líder do executivo comunitário.
Falando aos jornalistas, em Bruxelas, após uma videoconferência com os líderes da União Europeia (UE) sobre o surto do novo coronavírus, Ursula von der Leyen vincou que a CureVac, uma empresa de Tübingen, na Alemanha, "é altamente especializada neste campo".
"E estimativa que temos é que, no outono, possa ter uma vacina que combata o coronavírus", insistiu.
Questionada sobre o curto prazo, Ursula von der Leyen garantiu procedimentos mais rápidos do lado dos reguladores: "Como estamos numa severa crise, podemos acelerar os processos que, normalmente, são mais lentos e demoram mais tempo por serem muito burocráticos".
"Seria muito importante para nós [produzir esta vacina] porque é uma empresa europeia, que queremos manter na Europa e que quer ficar na Europa", adiantou.
Horas antes, através de um vídeo publicado na rede social Twitter, Ursula von der Leyen anunciou esperar que a potencial vacina para o novo coronavírus que está a ser pela biofarmacêutica CureVac esteja no mercado até ao outono, podendo "salvar vidas dentro e fora da Europa".
Antes, na segunda-feira, a Comissão Europeia anunciou um apoio de até 80 milhões de euros a este laboratório alemão, após uma alegada oferta da administração norte-americana, desmentida pela biofarmacêutica.
A instituição liderada por Ursula von der Leyen explicou que a verba seria atribuída sob a forma de uma garantia da UE a um empréstimo do Banco Europeu de Investimento (BEI) neste valor, no âmbito do mecanismo de financiamento de doenças infecciosas InnovFin e do programa comunitário para a investigação Horizonte 2020.
A informação foi divulgada depois de, também na segunda-feira, a CureVac ter negado haver recebido uma oferta do Governo dos EUA para reservar a sua descoberta para os norte-americanos.
No domingo, o jornal alemão Welt am Sonntag citava fontes não identificadas do Governo alemão que asseguravam que o dono da CureVac, uma empresa farmacêutica, tinha participado numa reunião com o Presidente Donald Trump, no início do mês, tendo recebido uma generosa oferta para garantir o seu trabalho em exclusivo para os Estados Unidos.
O jornal dizia ainda que a chanceler alemã, Angela Merkel, estaria a disputar com a empresa a necessidade de a vacina, quando estiver pronta, ser igualmente utilizada na Europa, que é neste momento o principal foco da pandemia.
"Para que fique claro sobre o coronavírus: a CureVac não recebeu uma oferta do Governo dos Estados Unidos ou de entidades com ele relacionadas, antes, durante ou desde a reunião com a 'task-force' da Casa Branca, no dia 02 de março", escreveu hoje o diretor do laboratório alemão, na conta da empresa na rede social Twitter.
O diretor de operações da CureVac, Hans Werner Haas, disse ao jornal Tagesspiegel que a sua empresa tinha realmente participado numa reunião com o Presidente Donald Trump, mas desmentiu a versão de uma qualquer oferta para a compra dos direitos do novo produto.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 já infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.