Conhecido como IATSE (sigla em inglês para Aliança Internacional de Trabalhadores de Cena), o sindicato alerta que a sangria está a acentuar-se, numa altura em que 80 por cento dos seus 150 mil filiados, na maioria técnicos em regime 'freelancer', perderam os seus trabalhos após a paralisação total dos estúdios de cinema e televisão.
A elevação da doença Covid-19 a pandemia levou Hollywood a travar a fundo, com o cancelamento de filmagens, produções, estreias e eventos públicos, causando uma disrupção sem precedentes no ecossistema da capital do entretenimento.
Assistentes de produção, guionistas, desenhadores, maquilhadores e outros técnicos ligados ao cinema estão sem trabalho.
Também o Sindicato Internacional de Cineastas, numa mensagem dirigida aos seus membros, alertou para a alteração de circunstâncias no setor.
Ambos os sindicatos pediram à indústria do espetáculo e entretenimento que faça incluir os trabalhadores do setor entre os beneficiários dos fundos de apoio que a Administração dos Estados Unidos está a preparar.
O sindicato IATSE já aprovou um pacote de donativos de 2,5 milhões de dólares (2,3 milhões de euros) para três organizações da indústria: os fundos de atores dos Estados Unidos e do Canadá e o Motion Picture and Television Fund.
Outra iniciativa chamada #PayUpHollywood (financia Hollywood) está a tentar angariar donativos para os trabalhadores de um setor em que uns poucos acumulam milhões, mas a generalidade trabalha em condições incertas e precárias.
Também a Academia de Gravação -- que organiza os prémios Grammy -- anunciou que vai criar um fundo para atenuar os efeitos económicos da crise do novo coronavírus na indústria musical, especialmente nos concertos ao vivo.
Em Portugal, a Direção-Geral das Artes anunciou que vai manter os pagamentos calendarizados dos apoios financeiros resultantes dos concursos, durante o período de suspensão das atividades e projetos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 177 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a tornar-se hoje o país do mundo com maior número de vítimas mortais (3.405 mortos em 41.035 casos).
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. Já o número de mortos subiu para quatro.