Nas últimas 24 horas, morreram mais 627 pessoas em Itália infetadas com o novo coronavírus, elevando-se assim para 4.032 o número total de vítimas da pandemia. A Proteção Civil italiana confirmou também mais 4.670 novos casos de infeção pela doença Covid-19.
A região de Milão, a Lombardia (norte), continua a ser a que regista mais mortes, com 381 de quinta-feira para hoje, totalizando 2.549 casos mortais.
No total, Itália tem, até ao momento, 37.860 infetados, dos quais 19.185 isolados sem sintomas ou com sintomas leves e 2.655 em terapia intensiva.
Em apenas três dias, Itália contabilizou 1.500 mortes por Covid-19. A taxa de mortalidade diária é, aliás, superior à relatada oficialmente pela China no pico do surto em Wuhan.
Perante estes números, o governo italiano está a ponderar implementar ainda mais restrições à população, por forma a tentar controlar a propagação do vírus.
Saliente-se que a capacidade de internamento nos cuidados intensivos está a esgotar-se rapidamente e, como indica a RT, muitos profissionais de saúde das províncias do norte de Itália têm de assumir a difícil tarefa de triar os pacientes que podem ocupar as camas de terapia intensiva.
Esta foi, aliás, uma preocupação levantada por Fernando Maltez, diretor do Serviço de Infecciologia do Curry Cabral, no espaço da Grande Entrevista, na antena da RTP3. O especialista alertou para a possibilidade de "colapso dos serviços de saúde" europeus.
De acordo com o especialista, se se atingir "uma taxa de internamento até 17/18 por 100 mil habitantes, como aconteceu na Lombardia, os cuidados intensivos de 12 países da União Europeia irão colapsar". Se esse número for superior, "de 100 internamentos por 100 mil habitantes, provavelmente todos os países da UE colapsarão na sua resposta em cuidados intensivos".