Irão recusa ajuda dos Estados Unidos da América para combater pandemia
O Guia Supremo do Irão recusou hoje a ajuda dos Estados Unidos da América no combate à pandemia de covid-19, justificando a posição com uma teoria da conspiração de que o vírus poderá ter sido fabricado pelos norte-americanos.
© Lusa
Mundo Covid-19
A recusa do 'ayatollh' Ali Khamenei surge num momento em que o Irão enfrenta sanções dos Estados Unidos que impedem o país de vender o seu petróleo e aceder aos mercados financeiros internacionais.
Mas, apesar de se terem somado nos últimos dias críticas das autoridades civis iranianas a essas sanções, o Guia Supremo do Irão optou por se apoiar na teoria da conspiração lançada por algumas autoridades chinesas, para recusar a ajuda norte-americana.
"Não sei quão real é essa acusação [dos chineses], mas existe. Quem poderia, em plena consciência, confiar na ajuda?", disse o 'ayatollh' Ali Khamenei, citado pela Associated Press, acrescentando que possivelmente seria "uma forma de propagar o vírus".
O Guia Supremo do Irão alegou ainda, sem apresentar qualquer prova, que o vírus foi fabricado "especificamente para o Irão, utilizando dados genéticos dos iranianos obtidos por diferentes meios".
"Podem querer enviar médios e especialistas, talvez queiram ver o efeito do veneno que produziram", acrescentou.
Não há qualquer prova científica que sustente as alegações do Guia Supremo do Irão.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 308 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 13.400 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 4.825 mortos em 53.578 casos. Segundo as autoridades italianas, 6.062 dos infetados já estão curados.
Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 1.720 mortos em 28.572 infeções, o Irão, com 1.556 mortes num total de 20.610 casos, a França, com 562 mortes (14.459 casos), e os Estados Unidos, com 340 mortes (26.747 casos).
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
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