Segundo o inquérito de opinião publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, 73% das pessoas concordam com o isolamento temporário em casa, contra 24% que discordam.
A sondagem foi realizada de quarta a sexta-feira, por telefone, a 1.558 adultos.
No sábado, o governo do Estado de São Paulo decretou uma quarentena de 15 dias, que começa na terça-feira.
O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, acusou hoje o governador de São Paulo, João Dória, de ser "um lunático" e de aproveitar a covid-19 para "crescer politicamente".
A quarentena foi decretada para o Estado mais populoso do Brasil, depois de as autoridades de saúde assumirem que 15 das 18 mortes no país se verificaram em São Paulo.
De acordo com a mesma sondagem, a maioria (54%) dos brasileiros considera que o Brasil está "um pouco preparado" para enfrentar a pandemia da covid-19, enquanto 34% acham que o país "não está pronto".
O inquérito conclui que a maioria das pessoas concorda com a proibição de viagens internacionais (94%), a suspensão das aulas e o fecho de fronteiras (92%) e a interrupção de campeonatos de futebol (91%) e de celebrações religiosas (82%).
Se 86% dos inquiridos acham que deve ser evitado o acesso a bares e restaurantes, menos de metade (46%) está a favor do encerramento do comércio, em vigor em várias cidades brasileiras.
Devido à covid-19, a maioria das pessoas auscultadas interrompeu as atividades de lazer (76%), mas a minoria não sai à rua (46%) ou decidiu parar de trabalhar (37%), neste último caso os jovens, os mais ricos e escolarizados.
Ainda segundo a sondagem, 14% dos brasileiros queixam-se de dificuldades no acesso a medicamentos e 10% de dificuldades na compra de alimentos.
O Brasil contabiliza 1.128 pessoas infetadas com o coronavírus da covid-19, segundo o mais recente balanço das autoridades de saúde do país.
O presidente brasileiro, que, de início, minimizou a importância do coronavírus, admitiu recentemente a gravidade da situação. Contudo, deixou claro que não se pode agir com "histeria".
A covid-19, classificada como pandemia pela Organização Mundial de Saúde, já infetou mais de 308 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 13.400 morreram.