Número de idosos contaminados em lares está a aumentar na Europa
O número de lares de idosos na Europa contaminados pela pandemia da covid-19 está a aumentar, sobretudo em Espanha, França e Itália, onde a população está mais envelhecida, e um sindicato italiano de aposentados alerta para um possível "massacre".
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Mundo Covid-19
"Quando o vírus entra nesses locais, transforma-se inevitavelmente num massacre", alertou no fim de semana passado o sindicato Spi-CGIL.
A Comunidade de Madrid anunciou hoje que morreram 17 idosos infetados com covid-19 que residiam num lar da capital.
Na segunda-feira, o exército espanhol encontrou vários idosos mortos e abandonados em lares, depois de terem morrido com covid-19, segundo anunciou a ministra da Defesa de Espanha, Margarita Robles.
A governante afirmou que as forças armadas espanholas vão ser implacáveis e contundentes na gestão da situação nos lares de idosos, nomeadamente em questões de negligência.
Com os serviços funerários em Espanha a não conseguirem responder à procura, o jornal El País referiu que há muitos casos em que os corpos só são recolhidos mais de 24 horas depois da morte.
Espanha é, atualmente, o terceiro país com mais vítimas mortais causadas pela pandemia covid-19.
Em França, a pandemia de Covid-19 fez, também na segunda-feira, 20 mortos num lar de idosos em Vosges, zona situada no leste do país e a mais fustigada pelo novo coronavírus, já que já contabiliza quase 20 mil infetados e 860 mortos, segundo a Agência Regional de Saúde do Grand Est.
Também em Itália, foram identificados 15 mortos num lar de idosos em Gandino, perto de Bergamo, uma das áreas mais afetadas da Itália, informou o diretor médico Fulvio Menghini corroborado pelo governo regional.
"Os lares de idosos [em Itália] são bombas em tempo real, com 500.000 idosos muito frágeis em risco de serem contaminados" pelo coronavírus, já que o país tem a população mais velha do mundo a seguir ao Japão, referiu o Spi-CGIL.
Isso explica, em parte, os números recorde de seu de mortes pela covid-19 em Itália, que já ultrapassaram os 6.000.
Cenário idêntico ao de Espanha, o segundo país mais afetado da Europa, onde "o exército encontrou idosos absolutamente abandonados, às vezes até mortos em suas camas", como lamentou Margarita Robles.
O Ministério Público espanhol abriu imediatamente uma investigação, como fez na semana passada depois de descobrir pelo menos 19 cadáveres numa residência em Madrid.
No total, dezenas de mortes foram registadas em lares de idosos de Espanha.
Na França, a pandemia "poderia provocar mais de 100.000 mortes", afirmaram as principais federações do setor de residências para idosos numa carta enviada aos ministros da Justiça e da Saúde.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 360 mil pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 17.000 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com mais de 81.000 casos, tendo sido registados 3.277 mortes.
Nas últimas 24 horas a China reportou 78 novos casos, sendo quatro de contágio local e os restantes importados.
As 74 infeções importadas do exterior levantam receios de nova onda de contágio. Depois de cinco dias sem novas infeções locais, foi reportado um novo caso local, em Wuhan.
Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 2.696 mortos em 39.673 infeções, o Irão, com 1.934 mortes num total de 24.811 casos, a França, com 860 mortes (19.856 casos), e os Estados Unidos, com 499 mortes (41.511 casos).
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
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