Obama pede o distanciamento social que Trump parece ansioso por reverter

Através do Twitter, e sem criticar diretamente a administração Trump, Barack Obama tem deixado mensagens de encorajamento e tem pedido aos norte-americanos para tomarem as precauções necessárias face ao coronavírus.

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Fábio Nunes
25/03/2020 21:17 ‧ 25/03/2020 por Fábio Nunes

Mundo

Coronavírus

As diferenças nas posturas e discursos de Barack Obama e do seu sucessor Donald Ttump não são uma novidade, mas voltaram a saltar à vista por causa da pandemia de Covid-19. Desde que o surto do novo coronavírus teve início e começou a alastra-se nos Estados Unidos, Obama tem usado o Twitter como veículo para escrever mensagens ao povo norte-americano, encorajá-lo e fazer recomendações sobre ações e comportamentos a ter nesta altura.

Tendo por base uma notícia da New Yorker sobre a forma como os profissionais de saúde na cidade de Nova Iorque estão a ficar assoberbados com o exponencial aumento no número de casos de infeção – o estado de Nova Iorque é o mais atingido nos Estados Unidos –, Obama pediu esta quarta-feira aos norte-americanos para continuarem a respeitar o distanciamento social, um dos esforços que têm sido feitos um pouco por todo mundo para travar a propagação do coronavírus.

Este é o fardo que os nossos médicos heróis já enfrentam na cidade de Nova Iorque. Só vai ficar mais difícil no país. Mais uma razão para manter as políticas de distanciamento social, pelo menos até estarmos preparados com testes abrangentes. Não apenas pelo nosso bem-estar, mas pelo bem-estar deles”, escreveu o antigo presidente no Twitter.

Anteriormente, Barack Obama já tinha deixado mensagens a apelar aos norte-americanos para tomarem as precauções necessárias relativamente ao coronavírus, como lavarem as mãos ou ficarem em casa se estiverem doentes. Também agradeceu o trabalho e o esforço dos profissionais de saúde, afirmando que “têm dado tudo” e pedindo que o seu exemplo seja seguido.

Que possamos todos moldar o nosso comportamento com base nos seus sacrifícios e altruísmo enquanto nos ajudamos uns aos outros a atravessar isto”, salientou.

Afirmações que contrastam com as de Donald Trump, que ainda esta terça-feira disse que quer o país e a economia “reabertos” até ao domingo de Páscoa, dia 12 de abril. Para isso, Trump pretende reduzir as medidas de distanciamento social. “Vamos reabrir este país incrível porque temos que o fazer”, realçou numa entrevista à Fox News.

Isto apesar de especialistas de saúde terem advertido para o agravamento da situação nos Estados Unidos e a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter mesmo referido que os Estados Unidos vão ser o próximo epicentro da pandemia.

O número de casos de infeção e de mortes no país continua a crescer de forma diária. Aliás, os Estados Unidos já são o terceiro país do mundo com mais pessoas infetadas, sendo apenas superados pela Itália e pela China. Os dados mais recentes divulgados pela Universidade Johns Hopkins dão conta de mais de 60 mil pessoas contagiadas e mais de 800 mortes.

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