Segundo a empresa de cruzeiros australiana Aurora Expeditions, os testes ao coronavírus foram cedidos pelas autoridades uruguaias e permitiram identificar 81 casos positivos, aguardando-se ainda os resultados de 90 análises.
Num comunicado, a Aurora Expeditions ressalva também que 45 passageiros e tripulantes obtiveram testes negativos.
Horas antes, o Ministério da Saúde do Uruguai indicou ter tido conhecimento de que estavam infetados pelo menos 60 passageiros entre os mais de 200 que se encontram a bordo do paquete "Greg Mortimer", tendo as autoridades locais permitido a evacuação de seis dos infetados mais graves.
Os restantes passageiros e tripulantes permanecem a bordo do navio, que se encontra a cerca de 20 quilómetros do porto de Montevideu.
Os passageiros e tripulantes, na maioria australianos, neo-zelandeses e britânicos, estão retidos a bordo do navio há 10 dias, após Montevideu ter interditado o desembarque na capital uruguaia.
"Há uma percentagem relativamente elevada de pessoas infetadas, mas apenas seis tiveram necessidade de serem transferidos para os hospitais de Montevideu, pois estavam em perigo de vida", declarou domingo à noite o ministro dos Negócios Estrangeiros uruguaio, Ernesto Talvi, à estação de televisão local Canal 10.
Segundo Ernesto Talvi, o governo uruguaio está a analisar, sobretudo com as autoridades australianas, a organização do regresso dos passageiros aos respetivos países.
O "Greg Mortimer", navio com pavilhão das Bahamas, deixou Ushuaia, na Argentina, a 15 de março para um cruzeiro ao Antártico e à ilha britânica Geórgia do Sul, situada a cerca de um milhar de quilómetros a leste das Malvinas, no Atlântico Sul.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.
Dos casos de infeção, mais de 240 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.