Um investigador do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, a trabalhar em conjunto com outros investigadores de faculdades brasileiras, defende que o novo coronavírus poderá demorar até dois anos a ser controlado na sua totalidade.
Segundo este investigador, apesar de em algumas regiões do globo já estarmos a verificar um abrandamento no número de contágios e mortes, a chegada de novas ondas de contágios é praticamente uma certeza.
Assim, Domingos Alves defende que o melhor será prepararmo-nos para um futuro em que os testes em massa à população terão de ser norma para evitar situações como as que vivemos hoje.
"O momento não é de discutir se uma segunda onda [de contágios] chegará porque isso é certo. A questão é como virá. Muito provavelmente, o coronavírus causará ondas nos próximos dois anos. A questão será se teremos capacidade de testar um maior número de pessoas, saber quantos são os infectados e isolar os casos [confirmados]", alerta este investigador citado pelo jornal O Globo.
Outra investigadora diz que o método de contenção do vírus usado na China, um país com um governo central altamente avançado tecnologicamente e muito 'dominador' da sua população não será aplicável em países, por exemplo, como o Brasil.
"O nível de controlo social, com total comando do governo sobre a vida dos cidadãos, a tecnologia e a capacidade de prover hospitais, profissionais e toda uma infraestrutura de contenção desses países está muito acima do que é possível fazer no Brasil. Temos que nos focar na testagem em massa e no isolamento social, as medidas que nos são possíveis e funcionam", afirma Clarissa Damaso, assessora do Comité da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a pesquisa com o vírus da varíola.