Antes de encerrarem os portos, as autoridades de Malta resgataram 70 migrantes depois de terem ficado cinco dias no mar, mas hoje informaram que os resgates ficam suspensos devido à pandemia.
A organização alemã Sea Eye, que opera no navio Alan Kurdi, informou que um dos 150 migrantes teve de ser resgatado pela Guarda Costeira italiana para a ilha italiana de Lampedusa, no sul do país.
A organização alega que os governos da Itália e Malta rejeitaram o seu pedido para entregarem alimentos, remédios e combustível, mesmo depois de o capitão do navio, Bärbel Beuse, ter dito que precisam urgentemente de comida nas próximas 48 horas.
Segundo um comunicado da Sea Eye, o navio está a caminho da Sicília, em Itália, "em busca de refúgio contra o mau tempo que se aproxima".
As Forças Armadas de Malta estavam a vigiar o barco e depois de o acompanhar ao porto emitiram uma nota a informar que "nenhum novo desembarque de imigrantes será permitido em Malta".
Malta "não pode garantir os recursos para o resgate em massa nem para oferecer um lugar seguro para as pessoas, especialmente num momento de grandes desafios para o setor da saúde e na aplicação da lei".
O governo maltês escreveu à Comissão Europeia a explicar os motivos da decisão, segundo os órgãos de comunicação social locais.
A mesma medida foi adotada na quarta-feira pelo governo italiano, alegando que "pelos princípios de proteção da saúde dos passageiros e igualdade de tratamento com os cidadãos italianos" os migrantes não podem se deslocar no país devido a medidas de bloqueio e confinamento motivado pela pandemia por covid-19.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 96 mil mortos e infetou quase 1,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios, sendo Itália o país europeu com maior número de óbitos, 18.279, em mais de 143 mil infetados.