Os médicos chineses que estiveram na primeira linha do combate à pandemia do vírus SARS-CoV-2, em Wuhan, epicentro do surto viral, acreditam que não usar máscara num país afetado "não é uma diferença cultural, é uma estupidez".
Quem o diz é Wang Xinghuan, diretor-geral do hospital Leishenshan, um dos dois hospitais que foram construídos em tempo recorde, em Wuhan, para acolher as primeiras vítimas da Covid-19 do mundo.
"Se não forem usadas, a epidemia não pode ser controlada", acrescentou.
Para este profissional de saúde, o que deve ser feito para mitigar o surto viral pode resumir-se a: máscara obrigatória para toda a gente, confinamento obrigatório e quarentena em espaços dedicados para casos mais leves, suspeitos ou em contacto com doentes.
O hospital Leishenshan, que tem 1.500 camas e chegou a acolher 2.011 doentes na pior fase da pandemia, está agora com apenas 15 doentes e deixará de estar operacional a partir da próxima semana. Este hospital e o seu 'gémeo', Huoshenshan, serão ambos desmantelados.
Os responsáveis, porém, asseguram que, ainda que a situação se tenha mitigado em Wuhan e que tenha terminado a quarentena, não se deve baixar a guarda. As autoridades locais continuam a detetar casos assintomáticos e tem sob observação 44 casos suspeitos. "A vigilância continua a ser fundamental", indicou Wang, numa conferência de imprensa, este sábado, citado pelo El País.
A China, recorde-se, registou nas últimas 24 horas 46 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, 42 dos quais com proveniência do estrangeiro. Apesar dos novos casos confirmados, o número total de infetados ativos no país asiático continua a descer, estando agora nos 1.089.