Theresa Greene, médica em Miami (EUA), num serviço de urgência, perdeu recentemente a custódia da filha por causa da sua profissão.
A ajudar no combate ao novo coronavírus, esta médica, em declarações à CNN, explica que o que lhe está a ser pedido é que escolha entre o juramento que fez de proteger vidas ou continuar com a presença da sua filha na sua vida.
Numa longa explicação, esta médica diz que a filha, com apenas quatro anos, não compreende o que se está a passar e lamenta a atitude dos tribunais num momento de dificuldade para tantas famílias.
"Acho que não é justo, é cruel que me esteja a ser pedido que opte entre a minha filha e o juramento que fiz enquanto médica. Não abandonarei a minha equipa ou os meus pacientes, que vão procurar-me para lhes salvar as vidas nas próximas semanas. Isto é tortura", explica em declarações.
Divorciada há dois anos, pai e mãe têm dividido a custódia da filha, mas a semana um juiz decretou que para proteger a saúde da criança o pai ficasse agora com a custódia completa da menor, situação que esta médica diz ser discriminatória.
"Se fosse casada ser-me-ia dada a oportunidade de ir para casa ter com a minha filha, ninguém me diria que não o poderia fazer. Esta é uma doença severa e há perigo, mas temos tido muito cuidado. Usamos toda a proteção que podemos. Eu, particularmente, uso mais equipamento do que o normal para me proteger e à minha filha", defendeu.
"Quero que ela cresça com orgulho de saber que eu não abdiquei do juramento que fiz quando entrei para medicina, mas também sei que ela precisa de mim agora", termina.