"Estamos a introduzir novos procedimentos para limitar o risco de infeção e, sempre que possível, dar aos entes queridos mais próximos a possibilidade de se despedirem", disse, durante a conferência de imprensa diária do governo sobre a crise.
Hancock admitiu ter ficado emocionado com algumas das histórias de pessoas que morreram sem familiares por perto, como no caso do adolescente Ismail Abdulwahab, de 13 anos, que morreu no início do mês, e cujos familiares foram impedidos de participar no funeral.
"Estar com alguém que se ama no final da vida dela é um dos mais profundos instintos humanos e é um momento que fica para sempre. Se for bem feito, pode ajudar aqueles que ficam a aguentar e dá conforto aos estão a morrer", vincou.
A medida vai ser aplicada nos lares de idosos, setor para o qual o governo prometeu hoje estender os testes de diagnóstico a funcionários e residentes, cedendo às críticas de que os números de mortos e infetados naqueles serviços estão a ser subestimados.
Até agora, o governo deu prioridade aos testes às pessoas com sintomas que são hospitalizadas e aos profissionais do serviço de saúde público (NHS), limitando os testes apenas aos cinco primeiros residentes de um lar que apresentem sintomas para identificar um eventual surto.
Estas restrições nos testes de diagnóstico são uma consequência da falta de capacidade para fazer mais do que 18.000 testes por dia, embora o governo tenha prometido que vai aumentar para 100.000 até ao final do mês.
Dirigentes da indústria criticaram as autoridades na terça-feira de subestimar o impacto da pandemia da covid-19 em lares de idosos, alertando para a existência de centenas de mortes e casos de contágio que não são incluídas no balanço diário oficial.
De acordo com o jornal The Guardian, a organização Care England, que representa a indústria, elevou hoje para 1.400 a estimativa de óbitos resultantes da covid-19 confirmados e suspeitos.
Estatísticas oficiais publicadas na terça-feira verificaram que o número de mortes atribuídas ao novo coronavírus foi 15% superior às identificadas em Inglaterra até ao início de abril nos hospitais, incluindo 217 em lares de idosos.
O Reino Unido registou 12.868 mortes desde o início da pandemia e identificou 98.476 casos de contágio, de acordo com os dados atualizados hoje pelo Ministério da Saúde, que diz respeito apenas a pacientes com necessidade de cuidados médicos.