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Ministro da Saúde do Brasil rejeita demissão do secretário de Vigilância

O ministro da Saúde brasileiro, Luiz Henrique Mandetta, afirmou hoje que rejeitou o pedido de demissão do secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, frisando que ambos apenas sairão do Governo juntos.

Ministro da Saúde do Brasil rejeita demissão do secretário de Vigilância
Notícias ao Minuto

22:11 - 15/04/20 por Lusa

Mundo Brasil

"Entramos no Ministério [da Saúde] juntos, estamos no Ministério juntos e sairemos dele juntos. Hoje houve muito ruído por causa do Wanderson (...). Ele avisou o seu setor de que iria sair, mas eu já falei que não aceito [a demissão]. Vamos trabalhar juntos até chegar o momento de sairmos juntos", disse Mandetta numa conferência de imprensa na tarde de hoje, ao lado de Wanderson de Oliveira.

O secretário de Vigilância em Saúde do Brasil, Wanderson de Oliveira, pediu hoje a demissão, decisão que ocorre quando o país continua a registar um aumento do número de infetados pelo novo coronavírus.

Contudo, o ministro da Saúde não aceitou o pedido, que acontece quando circulam informações de uma eventual demissão de Luiz Henrique Mandetta, que tem contrariado o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ao defender que a população deve manter o isolamento social para combater a pandemia de covid-19.

"Eu deixo muito claro que deixo o Ministério em três situações: quando o Presidente não quiser mais o meu trabalho, se apanhar uma doença, eventualmente, ou quando eu sentir que o meu trabalho feito não necessita mais de ser continuado. Todas essas alternativas são válidas", afirmou hoje Mandetta aos jornalistas, após ser questionado acerca da sua eventual saída do executivo.

"Há claramente um descompasso [entre o Ministério e o Presidente], isso é conhecido. Mas vamos trabalhar até 100% do limite das nossas possibilidades", frisou o governante.

O secretário de Vigilância em Saúde do Brasil, Wanderson de Oliveira, quadro técnico que trabalha no Ministério da Saúde há 15 anos, destacou-se no combate a outras epidemias como o vírus zika, que preocupou o Governo brasileiro e entidades internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2015, quando foi associado ao nascimento de crianças com microcefalia.

Na terça-feira, o Brasil registou 204 mortes devido ao novo coronavírus e bateu um novo recorde diário, contabilizando 1.532 óbitos e 25.262 infetados desde o início da pandemia.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 131 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 436 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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