O responsável pelo estado nova-iorquino, o mais atingido pela pandemia nos Estados Unidos, com mais de 14.000 das 43.200 mortes no país, adiantou ter dito a Trump que um rápido aumento nos testes é algo crucial para que Nova Iorque e outros estados possam reabrir a economia com segurança e ajudar as comunidades a retomarem uma aparente normalidade.
"Temos de resolver isso", disse Cuomo à televisão MSNBC logo após o encontro em Washington com Trump, o primeiro desde o início da crise global.
"Este é um problema muito grande. [O aumento nos testes] é importante para os estados que têm mais dificuldade em reabrir [a economia], como Nova Iorque", acrescentou o governador.
Andrew Cuomo, eleito pelo Partido Democrata, reconheceu ainda à MSNBC que o Presidente, a exercer o seu mandato pelo Partido Republicano, pareceu "muito aberto e compreensivo" sobre a necessidade de se incluir mais ajuda para os estados nas próximas ajudas para combater o novo coronavírus.
Antes da reunião, Cuomo já tinha dito aos jornalistas no local que concordava com a premissa de que os "estados devem assumir a iniciativa nos testes", defendida por Trump, mas lembrou que o Governo federal precisa de gerir os materiais oriundos do exterior, enquanto os governadores "montam o protocolo para os testes no seu estado".
O encontro entre os dois políticos naturais do bairro de Queens, na cidade de Nova Iorque, decorreu no mesmo dia em que o Senado aprovou um pacote de quase 500 mil milhões de dólares para ajudar pequenas empresas e hospitais, medida que desagradou a Cuomo, por não incluir ajuda direta aos estados.
"Penso que é um erro terrível não providenciar fundos aos estados. Entendo a ajuda às pequenas empresas e às companhias aéreas. E a polícia? As corporações de bombeiros? Os profissionais da saúde? Os professores?", questionou um dos governadores que tem procurado a ajuda federal para compensar os défices financeiros que os estados atravessam, devido ao esforço para combater a pandemia.
Ao longo do surto do novo coronavírus, Trump e Cuomo têm expressado posições opostas e trocado acusações, com alguns elogios ocasionais pelo meio.
Na sexta-feira, o governador de Nova Iorque acusou o Presidente norte-americano de "marchar à cabeça do cortejo" sem fazer nada relativamente ao levantamento das medidas de confinamento social, numa conferência de imprensa em que anunciou instruções para 300 laboratórios e hospitais fazerem testes.
Na resposta, escrita na rede social Twitter, Donald Trump disse que Andrew Cuomo deveria "passar mais tempo a trabalhar" e "menos a queixar-se", tendo acusado o estado de Nova Iorque de não ter utilizado camas e ventiladores disponibilizados pelo Governo federal.
Além de serem o país com mais mortes, 43.200, os Estados Unidos também apresentam o maior número de casos de infeção (mais de 804 mil).
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 174 mil mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 567 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.