O remdesivir, medicamento antiviral que tem vindo a ser apontado como uma das mais promissoras curas para a Covid-19, 'chumbou' nos primeiros ensaios clínicos aleatorizados, segundo adianta, esta quinta-feira, o jornal Financial Times.
A publicação diz ter tido acesso a documentos que terão sido acidentalmente publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), relativos aos testes feitos a um total de 237 pacientes. Destes, 158 tomaram o medicamento, e 79 não.
Os resultados deste ensaio não terão detetado qualquer melhoria no estado de saúde dos pacientes com o novo coronavírus nem uma redução da presença do patógeno na corrente sanguínea. Aliás, 18 terão mesmo sofrido efeitos secundários significativos, pelo que tiveram que deixar o tratamento.
A Gilead Sciences Inc, empresa responsável pela produção do remdesivir, irá, no entanto, continuar com os ensaios clínicos em cerca de 400 pacientes, devendo os resultados ser conhecidos no final deste mês, tal como anunciou em comunicado.
"Os resultados deste estudo são inconclusivos, apesar de as tendências nos dados sugerirem um potencial benefício do remdesivir, particularmente entre os pacientes tratados numa fase inicial da doença", pode ler-se na nota oficial da empresa.
"Há vários estudos de Fase 3 que têm como objetivo providenciar dados adicionais necessários para determinar o potencial do remdesivir como tratamento para a Covid-19. Estes estudo irão ajudar a informar quem tratar, quando tratar e durante quanto tempo tratar com remdesivir", concluiu.