"Não concordamos com todos os pormenores, mas temos a certeza de que devemos trabalhar juntos. Um fundo de reconstrução é essencial e é também do interesse da Alemanha", reconheceu a chanceler, no final da reunião do Conselho Europeu, que se realizou por videoconferência.
"Isso significa que temos de nos preparar para dar uma contribuição maior para o orçamento europeu", explicou Angela Merkel.
Os líderes europeus instruíram hoje a Comissão Europeia a apresentar uma proposta para lançar um fundo de recuperação vinculado ao futuro orçamento comunitário, para relançar a economia europeia, após a pandemia de covid-19.
Merkel rejeitou ainda a possibilidade de títulos de dívida comum, mas insistiu na necessidade de uma resposta conjunta à crise.
"A Alemanha só ficará bem se também a Europa ficar bem", concluiu a chanceler alemã, para justificar o interesse num maior envolvimento num esforço concertado europeu.
Na cimeira hoje realizada, foi aprovado um pacote de emergência de resposta à crise acordado há duas semanas pelo Eurogrupo, no montante global de 540 mil milhões de euros, e que espera que o mesmo esteja já operacional em junho.
O pacote de emergência acordado pelos ministros das Finanças e agora adotado pelos líderes é constituído por três "redes de segurança": uma linha de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade, através da quais os Estados-membros podem requerer até 2% do respetivo PIB para despesas direta ou indiretamente relacionadas com cuidados de saúde, tratamentos e prevenção da covid-19, um fundo de garantia pan-europeu do Banco Europeu de Investimento para empresas em dificuldades, e o programa «Sure» para salvaguardar postos de trabalho através de esquemas de desemprego temporário.