O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez apresentou, esta terça-feira, aquelas que são as linhas gerais do "plano de transição para a nova normalidade" depois de levantadas as medidas de confinamento para combater a pandemia do novo coronavírus.
"Conseguimos dobrar a curva de propagação da epidemia e, por esse motivo, é hora de avançar nas linhas gerais do chamado 'Plano de transição para uma nova normalidade' e que foi preparado levando em consideração os ensinamentos de outros países, mas sempre para adaptá-los à diversidade e realidade do nosso país. O único objetivo é pôr Espanha em marcha e proteger os espanhóis", começou por afirmar Sánchez.
"Para a elaboração do plano de transição, também obtivemos a opinião de especialistas de diferentes áreas, razão pela qual é o resultado de um trabalho colaborativo e compartilhado entre diferentes instituições e os setores público e privado", acrescentou.
O chefe de governo de Espanha sublinhou que a saída do confinamento será “gradual, assimétrica e coordenada”, e que este plano será concretizado em quatro fases, estando a chegada à "nova normalidade" no final de junho.
"Como será a saída do confinamento? Será assimétrica, gradual e coordenada. A unidade será a província ou a ilha. Não haverá mobilidade entre províncias e ilhas até que a normalidade seja alcançada", atirou.
A primeira de quatro fases arranca a quatro maio. A fase zero, como assim foi definida, marcará a reabertura de pequenas lojas, sempre com agendamento, e restaurantes, mas sem comer dentro deste estabelecimentos.
"Nesse momento abrirá o pequeno comércio sob condições estritas de segurança", explicou Sánchez, adiantando ainda que nesta fase se começaram a preparar caminho para a fase 1, durante a qual abrirão hotéis e alojamentos turísticos, excluindo áreas públicas, igrejas e mesquitas, estas limitadas a 30% da sua capacidade. De fora desta fase ficam as grandes superfícies comerciais. Haverá um horário preferencial para os cidadãos com mais de 65 anos. O regresso do treino médio em ligas profissionais e os transportes públicos também entram nesta fase, mas sempre com recurso a máscaras.
"Na segunda fase, serão feitos progressos e será possível, por exemplo, permitir o espaço interior das instalações do restaurante para o serviço de mesa. Além disso, eventos culturais podem ser realizados com menos de 50 pessoas em locais fechados com capacidade limitada, e se estiver ao ar livre, 400 pessoas enquanto estiverem sentadas", atirou.
Na fase 3, "da nova normalidade" que deverá chegar no final de junho, Pedro Sánchez anunciou que as restrições de mobilidade serão limitadas e que "em algumas atividades, como a restauração, haverá menos limitações de capacidade, mas manterão determinadas medidas". Nesse sentido, os espaços comerciais poderão receber metade da sua lotação, e os clientes terão de manter dois metros de distância entre si. Também os cinemas e os teatros reabrirão, com limitação de capacidade, e a visita a monumentos e exposições será permitida, desde que se cumpra uma limitação de um terço.
"Cada uma das fases durará duas semanas. Isso significa que a fase de desconfinamento terá uma duração mínima de seis semanas, ou seja, um mês e meio", atirou.
"Não existe um calendário fechado e uniforme, avançaremos em cada local o mais rápido que a epidemia permitir. A saúde assumirá as condições necessárias para recuperar a atividade social e profissional, mas sempre levando em consideração a opinião de todos", concluiu.