Covid-19: Estados Unidos criticam países que aceitam médicos cubanos

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, criticou hoje a África do Sul e o Qatar por aceitarem médicos cubanos para combater a pandemia de covid-19.

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Lusa
29/04/2020 20:38 ‧ 29/04/2020 por Lusa

Mundo

Coronavírus

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos considera que o Governo cubano está a aproveitar-se da propagação do novo coronavírus para fazer propaganda ao seu regime comunista.

Cuba há vários anos que envia serviços médicos para várias regiões, como um dos motores da sua economia, mas também como uma ferramenta diplomática.

Durante uma conferência de imprensa, Mike Pompeo acusou a África do Sul e o Qatar por se deixarem manipular nesta estratégia propagandística.

"Percebemos como o regime de Havana está a aproveitar a pandemia de covid-19 para continuar a explorar os prestadores de cuidados cubanos", disse Pompeo, elogiando os países que se recusaram a aceitar os préstimos médicos da ilha.

"Saudamos os líderes do Brasil, Equador, Bolívia e outros países que se recusaram a fechar os olhos a estes abusos do regime cubano. E exortamos todos os países a fazer o mesmo", desafiou o chefe da diplomacia norte-americana.

"Os governos que aceitam médicos cubanos devem pagá-los diretamente. Caso contrário, quando pagam pelo regime, estão a ajudar o Governo cubano a lucrar com o tráfico de pessoas", explicou Pompeo.

A África do Sul, que mantém boas relações com os Estados Unidos, tal como o Qatar, anunciou segunda-feira a chegada de 217 médicos cubanos ao país, um dos mais afetados pelo coronavírus em África.

Cuba enviou médicos para mais de uma dúzia de países desde o início da pandemia, incluindo a Itália e a França autorizou equipas cubanas a ajudar no combate à crise sanitária nos seus territórios ultramarinos.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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