Uma mensagem da Embaixada de Espanha informa "espanhóis e residentes em Espanha", atualmente retidos em Cabo Verde, "da possibilidade de regresso à União Europeia exclusivamente da Praia [Santiago] e Mindelo [São Vicente], num voo especial de regresso a Lisboa em 03 de maio e outro para o Luxemburgo em 05 de maio".
"Se você precisa voltar para Espanha durante o nosso estado de alarme [emergência], estes podem ser os últimos aviões disponíveis", alerta a mensagem.
Desde 19 de março que Cabo Verde está fechado a voos do exterior, por decisão do Governo, para conter a pandemia de covid-19, que previa apenas a autorização para voos de repatriamento. No entanto, de acordo com informações anteriores divulgadas há cerca de uma semana pelas embaixadas de Portugal e dos Estados Unidos, Cabo Verde não autorizou mais voos de repatriamento até 02 de maio.
Numa outra mensagem, enviada a cidadãos portugueses retidos em Cabo Verde, a secção consular portuguesa na Praia também informa que "Portugal vai realizar um voo de repatriamento" no dia 03 de maio, no percurso São Vicente-Praia-Lisboa, "para pessoas em situação de vulnerabilidade identificada ou que estejam retidas devido a voos cancelados".
Alerta, contudo, para que os passageiros que embarquem na ilha de São Vicente, norte do arquipélago, "não podem sair" na Praia, tendo em conta as restrições do estado de emergência em vigor na ilha de Santiago.
De acordo com informação do aeroporto de Lisboa, consultada hoje pela Lusa, a transportadora aérea portuguesa TAP realiza no domingo, às 08:00, um voo para Praia, com regresso à capital portuguesa estimado para as 18:55.
Nas redes sociais multiplicaram-se nas últimas semanas relatos de portugueses que ficaram retidos em várias ilhas cabo-verdianas face à suspensão de todos os voos para o arquipélago. Algumas centenas de portugueses e outros cidadãos foram repatriados em voos comerciais de repatriamento operados pela TAP ainda em março, após autorização do Governo cabo-verdiano.
O parlamento cabo-verdiano aprovou esta manhã, por unanimidade, a segunda prorrogação do estado de emergência, até 14 de maio, agora limitado às ilhas de Santiago e da Boa Vista, que concentram a generalidade dos casos de covid-19.
O anúncio deste terceiro período de estado de emergência foi feito na sexta-feira, pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, e carecia da aprovação da Assembleia Nacional para entrar em vigor às 00:00 de 03 de maio.
O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, anunciou na sexta-feira uma segunda prorrogação do estado de emergência, agora apenas nas ilhas da Boa Vista e de Santiago, que concentram mais de 96% dos casos de covid-19 no arquipélago, por mais 12 dias, até às 24:00 do dia 14 de maio.
Desta forma, não será renovado o estado de emergência na ilha de São Vicente (a terceira em que ainda está em vigor), que assim terminará às 24:00 de hoje. As restantes seis ilhas sem casos de covid-19 diagnosticados deixaram o estado de emergência ao final do dia 26 de abril.
Cabo Verde registou, desde 19 de março, 123 casos de covid-19, distribuídos pelas ilhas de Santiago (64), da Boa Vista (56) e de São Vicente (três, uma família, dois dos quais recuperados). Dois doentes acabaram por morrer e 18 foram, entretanto, considerados recuperados pelas autoridades de saúde, após dois testes negativos para covid-19.
Com a prorrogação do estado de emergência nas ilhas da Boa Vista e de Santiago -- concelho da Praia conta 61 dos 64 casos da doença --, a população mantém a obrigação geral de confinamento e as empresas permanecem encerradas.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 235 mil mortos e infetou mais de 3,3 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.