"Foi um momento muito duro, não vou negar. Havia uma estratégia para lidar com um cenário mortal", afirmou o chefe do Governo, em entrevista publicada hoje pelo jornal "The Sun On Sunday", citada pela agência de notícias espanhola Efe.
Johnson, de 55 anos, esteve três dias internado na unidade de cuidados intensivos do Hospital St. Thomas, em Londres, durante o qual os médicos administraram "litros e litros de oxigénio", explicou o governante.
"Eu não estava numa forma particularmente brilhante e sabia que tinham sido delineados planos de contingência", acrescentou o primeiro-ministro, que, na semana passada, foi pai do sexto filho, fruto da relação com a sua noiva, Carrie Symonds.
Johnson garantiu que, nos primeiros momentos, não interiorizou a gravidade do seu estado de saúde e recusou a ir ao hospital: "Não me pareceu uma boa ideia, mas eles foram bastante inflexíveis. Olhando para trás, fizeram a coisa certa em me obrigar a ir", acrescentou.
"Os malditos indicadores continuaram na direção errada e pensei: 'Não há remédio para essa coisa, não há cura'. Naquele momento, pensei: 'Como vou sair disso?'", revelou Johnson ao tabloide britânico.
O primeiro-ministro do Reino Unido contou que só tomou consciência da gravidade da situação quando foi transferido para a unidade de cuidados intensivos, onde foi tratado pelo enfermeiro português Luís Pitarma.
Em 12 de abril, numa mensagem publicada na rede social Twitter, Boris Jonhson agradeceu a Luís Pitarma e a uma enfermeira da Nova Zelândia pelo tratamento que recebeu durante o internamento no hospital St. Thomas, em Londres.
"Já parti o nariz, quebrei um dedo, o pulso, uma costela. Já parti quase tudo, em alguns casos várias vezes, mas nunca enfrentei algo tão sério quanto isto", assumiu Johnson, naquela que foi a sua primeira entrevista desde que deixou o hospital, em 12 de abril.
Após duas semanas de convalescença na residência rural de Chequers (centro da Inglaterra), o primeiro-ministro regressou na semana passada ao seu escritório em Downing Street, de onde está atualmente a trabalhar num roteiro para a redução das medidas de confinamento contra a pandemia da covid-19.
Segundo o diário "The Telegraph", Johnson deverá anunciar esse plano durante um discurso à nação no próximo domingo.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 241 mil mortos e infetou cerca de 3,4 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (66.224) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,1 milhões).
Seguem-se Itália (28.710 mortos, mais de 209 mil casos), Reino Unido (28.131 mortos, mais de 182 mil casos), Espanha (25.100 mortos, mais de 216 mil casos) e França (24.760 mortos, mais de 168 mil casos).