A história de amor de Robert C. Samuels, um jornalista e autor de 83 anos, e de Karen Brown, uma assistente social de 87, data do início dos anos 90. Ambos divorciados conheceram-se através dos seus filhos que andavam no mesmo liceu.
O casal era bastante ativo na comunidade em que viviam em Rockland County, no estado norte-americano de Nova Iorque. "O meu pai sempre me ensinou que era muito fácil antever os desafios, o desconforto e que as pessoas te dissessem que não ias conseguir fazer determinada coisa. Para mim, graças ao meu pai, ultrapassar barreiras é do que se trata a vida", contou Charlie, um dos filhos de Robert ao New York Post.
Já Tony, um dos filhos de Karen, descreve a mãe como tendo "uma parte focada no serviço público e na comunidade. Acho que foi o que a meteu nisto. Sempre quis cuidar".
Em abril deste ano, Robert deixou a sua companheira de vida no hospital, onde esta testou positivo para Covid-19 e na manhã seguinte, ele próprio, depois de se sentir doente, dirigiu-se ao mesmo hospital, onde acabou por ser admitido. Também estava infetado.
Acabou por se mudar para o mesmo quarto que Karen. Muitos dos pacientes infetados morrem sozinhos devido às restrições impostas para as visitas e têm as últimas conversas com os familiares por telemóvel, mas Robert e Karen puderam passar os últimos dias juntos. "Esta é uma daquelas coisas que acho que me tem ajudado a recuperar e fazer o luto com mais tranquilidade", conta Charlie.
Robert morreu primeiro a 26 de abril e Karen apenas dias depois, a 29 de abril.
O casal continuou com a sua atitude lutadora e quando estavam no hospital falaram pela última vez com o filho de Robert. "Vi-os a acenarem com as máscaras de oxigénios postas", recordou Charlie sobre a última vez que os viu. "Não dava para perceber se estavam a sorrir, mas lembro-me de a Karen ter dito 'Olá, Charlie' e de lhe ter respondido 'Amo-te, Karen'.