Desafios atuais servem para relembrar Europa "contrária a nacionalismos"

O Governo associou-se às celebrações dos 70 anos da Declaração Schuman, assinalando o Dia da Europa, e diz que os desafios do presente são uma oportunidade para relembrar a construção de uma Europa "contrária a lógicas egoístas e nacionalistas".

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Lusa
09/05/2020 11:12 ‧ 09/05/2020 por Lusa

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"Os gigantescos desafios do presente constituem uma oportunidade para revisitar o que nos une: a construção de uma Europa democrática, solidária, sustentável, aberta, defensora do multilateralismo, mais justa e coesa e contrária a lógicas egoístas e nacionalistas", lê-se num comunicado hoje enviado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

O Dia da Europa assinala-se hoje, este ano associado também à celebração dos 75 anos do final da Segunda Guerra Mundial.

O MNE acrescenta que, nesta data, deve-se "recordar a origem deste projeto político, absolutamente único na História, orientado para a paz, para a democracia, para a prosperidade e solidariedade e ao qual a Europa e os seus cidadãos tanto devem".

Sublinhando que a Europa e o mundo passam por momentos de grande instabilidade e incerteza, devido aos efeitos da crise sanitária provocada pela pandemia de covid-19, o MNE considera que, agora "mais do que nunca", é tempo de recordar os valores e princípios nos quais assenta o projeto europeu, como a proteção dos direitos e das liberdades fundamentais, do Estado de direito e da justiça social.

"Só assim este projeto faz sentido e foi assim que contribuiu decisivamente para a consolidação da nossa democracia e para a modernização e o desenvolvimento económico e social do nosso país", refere ainda o comunicado.

O MNE considera que a Europa tem combatido a crise sanitária de "forma humanista" e espera que a resposta às esperadas consequências económicas e sociais seja "robusta, atempada, solidária" e que coloque "os cidadãos como elemento e destinatário centrais da resposta à crise".

"O apoio dos cidadãos ao projeto europeu é, neste contexto particular, mais importante do que nunca. Essa adesão só existirá se os Governos e as Instituições europeias colocarem os cidadãos como elemento e destinatário centrais da resposta à crise que enfrentamos, garantindo assim a solidez e a sustentabilidade desta construção conjunta e partilhada", conclui.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 271 mil mortos e infetou quase 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.114 pessoas das 27.268 confirmadas como infetadas, e há 2.422 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

O "Grande Confinamento" levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.

Para Portugal, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.

Já a Comissão Europeia estima que a economia da zona euro conheça este ano uma contração recorde de 7,7% do PIB, como resultado da pandemia da covid-19, recuperando apenas parcialmente em 2021, com um crescimento de 6,3%.

Para Portugal, Bruxelas estima uma contração da economia de 6,8%, menos grave do que a média europeia, mas projeta uma retoma em 2021 de 5,8% do PIB, abaixo da média da UE (6,1%) e da zona euro (6,3%).

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