Itália prepara voos de verão sem quarentena com três países europeus

O Governo italiano disse que está em contacto com Espanha, França e Alemanha para desenvolver um protocolo de ação conjunta que permita voos de verão "sem quarentenas recíprocas", durante a pandemia de covid-19.

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Lusa
11/05/2020 17:18 ‧ 11/05/2020 por Lusa

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Itália

A ministra dos Transportes de Itália, Paola de Micheli, disse hoje que está em contacto com vários países da União Europeia para que sejam permitidos voos internacionais sem obrigações de quarentena, depois de França e Reino Unido terem acordado um protocolo nesse sentido.

"Estamos em contacto com Berlim, Paris e Madrid. Formamos uma equipa de trabalho com os quatro ministros dos transportes e já elaborámos linhas de intervenção (...). Logo que seja possível reabrir (o trânsito aéreo), fá-lo-emos sem a exigência de quarentena recíproca", explicou a ministra, durante uma conferência de imprensa televisionada com meios de comunicação social estrangeiros.

A Presidência francesa anunciou no domingo que as medidas de quarentena não serão aplicadas aos franceses que chegam ao Reino Unido, nesta altura, uma questão que está a ser tratada entre o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

A ministra dos Transportes italiana disse não ter certezas, mas estar "esperançosa" de que o seu país receba turistas estrangeiros nos próximos meses, acrescentando que a eventual abertura de fronteiras ocorrerá depois de verificar se a curva de contágio com o novo coronavírus está controlada.

"A abertura do turismo terá de ser estudada de acordo com a evolução da curva de contágio, no nosso país e em outros países, porque a pandemia não se desenvolveu da mesma forma em todos os lados", explicou de Micheli.

A preocupação da ministra é que os períodos de quarentena mútua não sejam aplicados, na medida em que dificultam o trânsito de turistas, pelo que defende que se criem "túneis turísticos" em que as pessoas se movimentem com medidas padronizadas de segurança no combate à pandemia.

Paola de Micheli disse que a Itália não tenciona impor quarentena, mas quer garantir que há países parceiros para esta fórmula.

"Se abrirmos o turismo, não haverá quarentena. Mas não seremos capazes de controlar o que outros países farão", disse a ministra.

A Comissão Europeia deve apresentar o seu plano de final do confinamento na quarta-feira, incluindo as medidas de contenção que devem permanecer no transporte aéreo.

Itália, Espanha e França são países fortemente afetados pela pandemia, contando, entre si, mais de 600.000 casos de contágio.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 282 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

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