Tripulação de navio australiano com casos positivos acolhida no Uruguai

A maioria dos tripulantes do navio australiano "Greg Mortimer", com casos de infeção por covid-19, saiu hoje para ser alojada em dois hotéis de Montevideu, capital do Uruguai, para cumprir a quarentena obrigatória.

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Lusa
12/05/2020 20:54 ‧ 12/05/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Os passageiros do navio - que partiu de Ushuaia, na Argentina, a 15 de março e tinha como destino final Las Palmas, em Espanha - já tinham sido repatriados para os respetivos países em abril.

A operação especial de retirada de 63 dos 93 trabalhadores da companhia australiana Aurora Expeditions foi coordenada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Uruguai e acompanhada pelas autoridades de saúde locais.

Os primeiros a serem retirados foram 27 trabalhadores que testaram negativo para a covid-19 e que seguiram num autocarro com a cor verde. Os 36 que até hoje foram registados como casos positivos seguiram num autocarro com a cor laranja. Todos deixaram o navio vestidos com equipamentos de proteção especiais e os autocarros foram escoltados por carros da polícia e ambulâncias.

A bordo permanecem 20 trabalhadores, por razões de segurança da embarcação, explicou aos jornalistas o chefe da diplomacia do Uruguai, Ernesto Talvi.

Os tripulantes retirados exprimiram a sua gratidão com um cartaz em que se lia "Obrigado, irmãos uruguaios" e foram saudados por cidadãos locais quer durante o trajeto, quer à chegada aos hotéis.

Após 14 dias de quarentena total e um segundo teste com resultado negativo, seguido de três dias suplementares sem sintomas, os tripulantes poderão regressar aos seus países, adiantou o ministro Talvi, citado pela agência espanhola EFE.

Quando todo o pessoal do navio for testado negativo e a operação de desinfeção for completada, o Uruguai autorizará a saída da embarcação rumo a Las Palmas (Espanha), o seu destino original.

O navio estava em Montevideo a 31 de março, quando um dos seus ocupantes manifestou problemas de saúde, e, desde então, está acostado a 20 quilómetros da capital uruguaia, recebendo serviços de saúde e abastecimento.

A 17 de abril, um tripulante filipino de 48 anos morreu numa unidade de saúde de Montevideu, com problemas respiratórios.

Segundo os últimos dados oficiais, divulgados na segunda-feira, o Uruguai regista 711 casos positivos de covid-19, dos quais 19 morreram e 8 estão nos cuidados intensivos.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 286 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

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