Os passageiros do navio - que partiu de Ushuaia, na Argentina, a 15 de março e tinha como destino final Las Palmas, em Espanha - já tinham sido repatriados para os respetivos países em abril.
A operação especial de retirada de 63 dos 93 trabalhadores da companhia australiana Aurora Expeditions foi coordenada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Uruguai e acompanhada pelas autoridades de saúde locais.
Os primeiros a serem retirados foram 27 trabalhadores que testaram negativo para a covid-19 e que seguiram num autocarro com a cor verde. Os 36 que até hoje foram registados como casos positivos seguiram num autocarro com a cor laranja. Todos deixaram o navio vestidos com equipamentos de proteção especiais e os autocarros foram escoltados por carros da polícia e ambulâncias.
A bordo permanecem 20 trabalhadores, por razões de segurança da embarcação, explicou aos jornalistas o chefe da diplomacia do Uruguai, Ernesto Talvi.
Os tripulantes retirados exprimiram a sua gratidão com um cartaz em que se lia "Obrigado, irmãos uruguaios" e foram saudados por cidadãos locais quer durante o trajeto, quer à chegada aos hotéis.
Após 14 dias de quarentena total e um segundo teste com resultado negativo, seguido de três dias suplementares sem sintomas, os tripulantes poderão regressar aos seus países, adiantou o ministro Talvi, citado pela agência espanhola EFE.
Quando todo o pessoal do navio for testado negativo e a operação de desinfeção for completada, o Uruguai autorizará a saída da embarcação rumo a Las Palmas (Espanha), o seu destino original.
O navio estava em Montevideo a 31 de março, quando um dos seus ocupantes manifestou problemas de saúde, e, desde então, está acostado a 20 quilómetros da capital uruguaia, recebendo serviços de saúde e abastecimento.
A 17 de abril, um tripulante filipino de 48 anos morreu numa unidade de saúde de Montevideu, com problemas respiratórios.
Segundo os últimos dados oficiais, divulgados na segunda-feira, o Uruguai regista 711 casos positivos de covid-19, dos quais 19 morreram e 8 estão nos cuidados intensivos.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 286 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.