Composta por uma multidão que agitava bandeiras nacionais búlgaras e que não cumpria qualquer medida de distanciamento físico, a manifestação, organizada no centro da capital búlgara, terminou com alguns incidentes com as forças policiais e a detenção de oito pessoas, segundo constaram no local jornalistas da agência France Presse (AFP).
Esta manifestação, a primeira a ser realizada desde a imposição do confinamento nacional em 13 de março, foi convocada por um partido da esquerda radical búlgara, Vazrajdane.
Segundo a polícia, o protesto representou "uma violação brutal das medidas contra a epidemia", segundo as quais os grandes ajuntamentos de pessoas estão proibidos.
Durante a ação de protesto, os manifestantes classificaram a doença covid-19 como uma "conspiração internacional" que visa "assustar a população e mantê-la submissa".
Palavras de ordem e acusações como "demissão", "máfia" ou "assassinos" foram entoadas pelos manifestantes contra o governo búlgaro, com várias pessoas a romperem o cordão policial quando o protesto passou em frente ao parlamento.
O confinamento na Bulgária, que foi menos rigoroso em comparação com outros países europeus, começou a ser atenuado há cerca de uma semana, com a reabertura das esplanadas dos cafés e restaurantes.
A circulação entre as grandes cidades do país também já é possível.
Com 2.100 casos de infeção pelo novo coronavírus confirmados e 99 vítimas mortais, a Bulgária, país com sete milhões de habitantes, tem sido pouco afetada nesta fase pela pandemia em comparação com outros países na Europa.
As incógnitas em redor da doença covid-19 têm alimentado teorias da conspiração em muitos países e muitas delas ganham dimensão através das redes sociais, segundo os especialistas.
Outros movimentos contra o confinamento já promoveram protestos em outros países na Europa ou nos Estados Unidos.
Desde que o novo coronavírus foi detetado na China, em dezembro do ano passado, a pandemia da doença covid-19 já provocou mais de 297 mil mortos e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço da agência de notícias AFP.
Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou agora a ser o que tem mais casos confirmados (1,88 milhões contra 1,81 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (113 mil contra 161 mil).