A líder alemã fez este apelo para uma maior cooperação internacional num vídeo enviado por ocasião da 73.ª Assembleia Mundial da Saúde, que se realiza virtualmente até terça-feira com a participação dos 194 Estados-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Manifestando o seu apoio aos esforços desenvolvidos pela agência da ONU para a saúde para combater a pandemia da doença covid-19, a chanceler da Alemanha realçou que os países devem "trabalhar para melhorar os procedimentos" naquele organismo internacional, bem como devem garantir a sustentabilidade do respetivo financiamento.
Durante a intervenção, segundo indicaram as agências internacionais, a chanceler alemã não fez qualquer referência direta ao Presidente norte-americano, Donald Trump, que anunciou, em abril passado, a intenção de cortar o financiamento dos Estados Unidos à OMS e que tem apontado fortes críticas ao desempenho desta agência da ONU no combate à pandemia da covid-19.
Na abertura da 73.ª Assembleia Mundial da Saúde, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que o mundo está a pagar o preço da falta de unidade na resposta à pandemia da covid-19 por causa dos países que ignoraram as recomendações da OMS.
"Temos visto expressões de solidariedade, mas não de unidade na resposta à covid-19, com países a seguirem estratégias diferentes, por vezes contraditórias e estamos a pagar o preço", afirmou Guterres, salientando que "muitos países ignoraram as recomendações da OMS".
Por causa disso, referiu, "o vírus espalhou-se pelo mundo e pelos países em desenvolvimento, onde poderá ter efeitos ainda mais devastadores, com o risco de novos picos e vagas" pandémicas.
António Guterres defendeu ainda o papel da OMS no combate à pandemia, considerando que é insubstituível e que são precisos mais recursos para enfrentar a crise que se adivinha nos países em desenvolvimento, cujos sistemas de saúde não têm capacidade para lidar com um grande número de pessoas doentes.
Desde que o novo coronavírus foi detetado na China, em dezembro do ano passado, a pandemia da doença covid-19 já provocou mais de 315.000 mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço da agência de notícias France Presse (AFP).
Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou agora a ser o que tem mais casos confirmados (quase 2,1 milhões contra 1,9 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (cerca de 125 mil contra mais de 166 mil).