O presidente norte-americano disse esta segunda-feira que tem tomado hidroxicloroquina - medicamento usado na profilaxia da malária e ainda sem efeitos comprovados no tratamento da Covid-19 - como forma de prevenção contra a doença associada ao novo coronavírus.
Aos jornalistas a partir da Casa Branca, em Washington, Donald Trump disse que começou a tomar o medicamento recentemente. "Estou a tomar há cerca de duas semanas", disse.
"Ouvi bons relatos, não me vai fazer mal. [A hidroxicloroquina] já aqui anda há 40 anos, para a malária, para lupus, para outras coisas. Eu tomo, profissionais de saúde na primeira linha também tomam, muitos médicos tomam", acrescentou.
This is stunning! Trump just casually announces that he’s taking hydroxychloroquine for coronavirus. pic.twitter.com/2EL71zlPuF
— Keith Boykin (@keithboykin) May 18, 2020
No vídeo abaixo, o líder republicano prossegue com a sua explicação, referindo que toma o medicamento "há cerca de semana e meia". "E ainda aqui estou", completou. Quando questionado sobre as provas de que a hidroxicloroquina resulta: "Aqui está a minha prova: recebo muitas chamadas positivas sobre isso", disse.
.@jeffmason1: What is the evidence that hydroxychloroquine has a preventative impact?TRUMP: "Are you ready? Here's my evidence -- I get a lot of positive calls about it ... what do you have to lose?" pic.twitter.com/51b967dypu
— Aaron Rupar (@atrupar) May 18, 2020
A hidroxicloroquina, assim como a cloroquina, é usada no tratamento da malária. Os dois medicamentos foram apontados como possibilidades na prevenção e tratamento de infeções pelo novo coronavírus, mas ainda sem resultados comprovados. Aliás, a Agência Europeia do Medicamento lançou um comunicado onde sublinha que os dois só devem ser usados no âmbito da Covid-19 em caso de estudo clínico ou do uso emergencial e monitorizado, para efeitos de investigação.
O próprio regulador norte-americano do medicamento (Food and Drug Administration, FDA) mostrou-se contrário ao uso da hidroxicloroquina ou da cloroquina para tratamento ou prevenção da Covid-19, porque "não deram provas de ser seguras ou efetivas para tratar ou prevenir". A FDA diz estar "ciente de relatos de sérios problemas de ritmo cardíaco em pacientes com Covid-19" que usaram este tipo de medicamento.