O principal conselheiro de Boris Johnson, Dominic Cummings, fez esta segunda-feira uma declaração aos jornalistas sobre a polémica em que está envolvido, depois de no passado dia 31 de março ter percorrido 425 quilómetros de carro durante a quarentena e quando a sua esposa apresentava sintomas associados à Covid-19.
“Não me arrependo do que fiz. Estava a tentar equilibrar todas estas coisas complicadas”, frisou Cummings, de acordo com a BBC. O principal conselheiro do primeiro-ministro britânico admitiu que fez várias viagens, mas insistiu que se comportou “razoavelmente”.
Dominic Cummings revelou que decidiu viajar com a mulher e o filho de carro para Durham, local onde vivem os pais, porque a mulher tinha adoecido e não tinha à sua disposição creches.
Cummings disse que, depois de ficar 15 dias na residência dos pais, deslocou-se até Barnard Castle - a 30 minutos de distância - para que ele, a mulher e o filho fossem testados antes de regressarem a Londres.
Considerou que se trataram de “circunstâncias excecionais” e que “não estava à procura de brechas” nas medidas de confinamento.
“Não penso que seja tão diferente para ter regras para mim e outras para as restantes pessoas”, acrescentou Dominic Cummings, que também admitiu não ter consultado Boris Johnson antes de viajar para Durham.
“Não posso dirigir-me a ele [Boris Johnson] o dia inteiro e perguntar-lhe o que pensa disto… talvez devesse tê-lo feito”, salientou.
Apesar dos reiterados pedidos da oposição para que seja demitido, Cummings esclareceu que não pensa pedir a demissão. Isso é algo que também não parece estar no horizonte de Boris Johnson, que este domingo saiu em defesa do seu conselheiro e assegurou que este agiu de forma legal e com integridade.