Trabalhadores estrangeiros começam a regressar à China após proibição
Cerca de 200 funcionários de empresas alemãs devem chegar no sábado à China, naquele que será o primeiro grande regresso de trabalhadores estrangeiros ao país desde que Pequim proibiu a entrada de cidadãos não chineses devido ao novo coronavírus.
© Reuters
Mundo Covid-19
Cerca de dois meses depois da China ter anunciado que ia suspender temporariamente a entrada no país de cidadãos estrangeiros como medida de prevenção contra a propagação da doença covid-19, estão previstos, neste momento, dois voos de regresso de trabalhadores de empresas da Alemanha.
O primeiro voo, que irá transportar este primeiro grupo de cerca de 200 pessoas, chega no sábado, estando prevista uma segunda ligação aérea para 03 de junho.
Os dois voos foram organizados pela Câmara de Comércio alemã na China.
O diretor-executivo da Câmara de Comércio alemã, Jens Hildebrandt, explicou que estes trabalhadores obtiveram vistos ao abrigo de um programa específico, uma espécie de "via rápida", que tem como objetivo ajudar a revitalizar a economia.
"Existe uma grande procura", afirmou Jens Hildebrandt.
A proibição imposta em março nas entradas de cidadãos estrangeiros na China, onde o novo coronavírus foi detetado em dezembro passado, incluía também quem possuía visto ou autorização de residência.
As medidas das autoridades chinesas previam, no entanto, que os trabalhadores estrangeiros que já se encontrassem no país podiam permanecer, bem como admitiam a solicitação de um visto por motivos empresariais ou por outro motivo urgente.
Apesar destas exceções, a proibição impediu a entrada de milhares de trabalhadores de empresas estrangeiras, nomeadamente da Europa e dos Estados Unidos.
Fábricas, lojas, escritórios e outros negócios começaram a reabrir gradualmente na China, mas estas restrições impostas aos visitantes estrangeiros mantiveram-se em vigor.
De acordo com Jens Hildebrandt, as autoridades chinesas têm vindo a avaliar o regresso dos funcionários e dos empresários estrangeiros ao país apesar dos receios relacionados com as questões sanitárias.
Grande parte destes funcionários estrangeiros que vão regressar à China terá de cumprir um período de quarentena de duas semanas num hotel escolhido pelo governo chinês, segundo explicou Jens Hildebrandt.
O representante da Câmara de Comércio alemã na China indicou ainda que existe uma segunda opção de quarentena, que implica apenas um período de 48 horas de isolamento. Esta opção só é viável para um pequeno número de pessoas que não terá qualquer contacto com vizinhos ou colegas de trabalho.
Para regressar à China, os trabalhadores estrangeiros têm de ter um teste negativo ao novo coronavírus antes do embarque, bem como têm de realizar mais dois testes após a chegada.
Nestes dois primeiros voos de regresso constam trabalhadores alemães, mas também de outras nacionalidades.
Jens Hildebrandt precisou que entre 2.000 e 2.500 funcionários de empresas alemãs estão à espera para regressar ao território chinês, admitindo que a Câmara de Comércio alemã está a considerar a organização de um terceiro voo.
Desde que o novo coronavírus foi detetado na China, em dezembro do ano passado, a pandemia da doença covid-19 já provocou mais de 346 mil mortos e infetou mais de 5,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço da agência de notícias France Presse (AFP).
Quase 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.
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