"Decidimos retirar a hidroxicloroquina, a cloroquina e a azitromicina dos protocolos sanitários do Ministério da Saúde", disse na rede social Twitter o infeciologista de pediatria e elemento do gabinete do Governo do Panamá para combater a pandemia, Javier Nieto Guevara.
A decisão poderá ser revertida "de acordo com a potencial criação de evidências favoráveis ao uso destes fármacos", prosseguiu o responsável.
Em 23 de março, a tutela explicitou que estão disponíveis mais de 8.000 tratamentos para a covid-19 no país, entre os quais se incluíam fármacos que continham hidroxicloroquina e azitromicina.
Estes produtos estão a ser utilizados, por exemplo, na China ou em Singapura e até o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se mostrou favorável à utilização destes fármacos, realçando que estava a tomar hidroxicloroquina de modo preventivo.
Javier Nieto Guevara justificou a decisão com uma publicação da revista científica sobre medicina The Lancet, na qual 96.032 pessoas, em 671 hospitais de vários países, que estavam a utilizar hidroxicloroquina ou azitromicina no tratamento do SARS-CoV-2.
A agência Lusa consultou o estudo em questão no 'site' da The Lancet, que realça que, apesar de não haver evidências concretas em relação à utilização destes fármacos para tratar a covid-19, ao seu uso pode estar associada a "toxicidade cardíaca".
A publicação sugere ainda que o uso de hidroxicloroquina, cloroquina ou de azitromicina pode degenerar em "taquicardias e fibrilação ventriculares", podendo inclusive levar à morte.
O Panamá é o país da América Central mais afetado pela pandemia, com pelo menos 310 mortos e 11.183 pessoas contagiadas.
O país também realizou mais de 59 mil testes para detetar a presença do novo coronavírus.
A nível global, a pandemia provocou mais de 346 mil mortes e mais de 5,5 milhões de pessoas contraíram o novo coronavírus, de acordo com o último balanço feito pela AFP.
Quase 2,2 milhões de pessoas são consideradas curadas.