Governo moçambicano no parlamento para falar da violência e da pandemia
O Governo moçambicano vai estar hoje e quinta-feira na Assembleia da República (AR) para responder a perguntas das três bancadas do parlamento sobre a violência armada nas regiões centro e norte e sobre a situação da pandemia da covid-19.
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Mundo Moçambique
No rol de perguntas que submeteu à AR, a bancada da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder e com maioria parlamentar, quer saber do executivo a estratégia para colocar fim aos ataques armados no centro e norte.
"A bancada parlamentar da Frelimo pretende saber do Governo que passos estão sendo dados visando devolver a paz e a tranquilidade às populações de Cabo Delgado e da zona centro do país", refere-se na lista de perguntas que a bancada maioritária quer ver respondidas pelo executivo.
Na área da saúde, o partido pretende saber que ações o Governo está a empreender para travar a propagação do novo coronavírus.
A Frelimo questiona igualmente sobre medidas para o aumento da produção e produtividade agrícola e o alargamento da rede elétrica pública no país.
Por seu turno, a bancada da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, considera que o setor de educação enfrenta uma situação de anarquia, devido ao impacto da covid-19 e pretende saber do Governo o caminho para a reposição da ordem nessa área.
"Qual é a estratégia do Governo para se colocar ordem neste setor e evitar o colapso?", questiona a Renamo.
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido, pretende obter explicações sobre formas de acabar com a violência armada nas regiões centro e norte e a estratégia de contenção da disseminação da covid-19.
"A situação militar nas zonas centro e norte têm vindo a endurecer, pondo em causa a estabilidade sociopolítica e económica das populações e provocando deslocações forçadas, destruição de bens públicos e privados e violação sistemática dos direitos humanos", considera o MDM.
Cabo Delgado, região onde avançam megaprojetos para a extração de gás natural, vê-se a braços com ataques de grupos armados classificados como uma ameaça terrorista desde outubro de 2017 e as autoridades moçambicanas contabilizam um total de 162 mil pessoas afetadas pela violência na região.
A violência já matou, pelo menos, 550 pessoas desde 2017.
No centro do país, desde agosto de 2019, incursões armadas atribuídas a uma dissidência da guerrilha da Renamo têm visado forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estrada da região, tendo causado mais de 20 mortos e vários feridos, além da destruição de veículos.
Moçambique tem 213 casos de infeção pelo novo coronavírus, um morto e 71 pessoas recuperadas.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 348 mil mortos e infetou mais de 5,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Quase 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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