O chefe de Governo letão disse na rádio e televisão públicas que a coligação partidária governamental apresentará uma iniciativa legislativa para que o Estado possa continuar a impor certas restrições às atividades públicas e comerciais para impedir a propagação do vírus.
"As medidas que protegerão a nossa saúde continuarão em vigor e penso que aquela que durará mais tempo será o distanciamento social, estar a dois metros de distância uns dos outros", acrescentou.
O anúncio de Karins aconteceu após a Letónia ter levantado gradualmente as restrições impostas sob o estado de emergência, declarado em 12 de março, permitindo recentemente reuniões interiores e exteriores de até 25 pessoas e autorizar a atividade de ginásios e os treinos desportivos.
O Parlamento da Letónia (Saeima) debateu na terça-feira um projeto de lei controverso para reduzir o número de entidades locais, enquanto numerosos manifestantes reuniram-se no exterior, pela primeira vez desde que o estado de emergência foi declarado, para protestar contra o desaparecimento ou a fusão de alguns daqueles.
As televisões locais transmitiu imagens da polícia a tentar separar os manifestantes em grupos menores, embora nenhuma prisão tenha sido feita.
Após a declaração do estado de emergência, todas as reuniões públicas foram proibidas e apenas grupos de duas pessoas eram permitidos (exceto entre pessoas da mesma casa), desde que estivessem a dois metros de distância.
Negócios considerados não essenciais tiveram que fechar e apenas supermercados, farmácias e outros pequenos comércios foram autorizadas a abrir. Essas restrições foram levantadas recentemente e a maioria do comércio conseguiu reabrir com as medidas de distanciamento social.
Questionado se há medo de uma segunda onda de infeções neste ano, Karins respondeu que as atuais medidas e o comportamento responsável da população têm mostrado que existem instrumentos para combater um eventual surto.
O primeiro-ministro da Letónia também referiu um pacote de 4,5 mil milhões de euros em gastos públicos e privados, além de medidas de investimento para combater as consequências da pandemia na economia do país.
Após a reunião regular do Governo na terça-feira, anunciou a aprovação de um plano para gastar anualmente 2,2 mil milhões de euros em fundos públicos e privados em investimentos em infraestrutura até 2023.
Economistas locais, citados pela televisão pública, previram recentemente uma queda na economia da Letónia de até 9% em 2020. Os dados do primeiro trimestre indicam que a queda no Produto Interno Bruto (PIB) foi de 1,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Na Letónia houve 1.057 infeções pelo novo coronavírus, que provoca a covid-19, e 23 óbitos, sendo que 25 pessoas permanecem hospitalizadas, 741 já estão recuperadas.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 350 mil mortos e infetou mais de 5,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.