O antigo agente da polícia de Minneapolis que é visto nos vídeos com um joelho no pescoço de George Floyd, afro-americano que acabou por morrer no hospital, tinha registadas 18 queixas contra si e duas notas de reprimenda no Departamento de Polícia de Minneapolis.
Não foi esclarecido o teor das queixas interpostas contra o agente, identificado como Derek Chauvin. Este, recorde-se, foi despedido esta semana juntamente com três colegas que estavam presentes na detenção e homicídio de George Floyd.
O historial de Chauvin, porém, começa agora a vir a lume. Com uma carreira de 19 anos na polícia, os registos públicos de Chauvin, acedidos pela AP, mostram que este fez ainda trabalhos esporádicos como segurança de um bar noturno até ao final do ano passado.
Em 2006, estava presente num grupo de seis polícias que abriram fogo sobre um suspeito de esfaqueamento depois de uma perseguição, quando o suspeito, alegadamente, lhes apontou uma arma. O suspeito, Wayne Reyes, foi atingido várias vezes e morreu. O tribunal decidiu que o uso de força foi justificado, com base nos depoimentos dos agentes envolvidos.
Dois anos mais tarde, em 2008, Chauvin respondeu a uma denúncia de violência doméstica. À chegada à residência, Chauvin e outro agente entraram em casa sem se anunciar e Ira Latrell Toles, o suspeito, encerrou-se na casa de banho. Chauves arrombou a porta e agrediu-o. Quando Toles se tentou defender, o agente baleou-o duas vezes no estômago. Toles, em entrevista ao Daily Beast, recorda ter sido arrastado até à entrada de casa e os gritos da mãe do seu filho.
Sublinhe-se que a Guarda Nacional dos EUA destacou 500 soldados para restaurar a normalidade em Minneapolis, depois de uma terceira noite de violência, em protestos pela morte de Floyd durante a sua detenção pela polícia. Os manifestantes começaram a reunir-se no início da tarde de quarta-feira, na parte sul da cidade, onde Floyd, de 46 anos, foi morto, depois de Chauvin se ter ajoelhado sobre o seu pescoço, até ele ficar inconsciente.
A polícia alegou que o homem resistiu à prisão, mas novas imagens, captadas pelas câmaras do restaurante em frente ao qual ocorreu a detenção, mostraram Floyd a ser conduzido para a viatura policial, de mãos algemadas nas costas e sem oferecer resistência.
A chefe da polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, disse que o departamento vai conduzir uma investigação interna completa e também a Procuradoria e o FBI disseram que farão inquéritos separados para tentar apurar responsabilidades na morte de George Floyd.